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Nenhum dos deputados federais eleitos dependeu apenas da própria votação

Na disputa proporcional é definido um um Quociente Eleitoral. O QE do Piauí para o pleito de deputado federal foi de 178 mil votos

13/10/2018 08:46

Nas eleições deste ano, nenhum dos representantes piauienses eleitos para ocupar uma cadeira na Câmara Federal conseguiu ultrapassar o quociente eleitoral, ou seja, a votação individual de cada um não foi o suficiente para garantir o mandato, todos foram beneficiados pelos votos totais obtidos pelo conjunto do partido ou coligação.

Foto: Reprodução/Agência Câmara

Diferente da eleição majoritária para governador, presidente e senadores, onde o mais votado é o vitorioso, na disputa pelos cargos legislativos isso acontece dentro de um sistema proporcional, que define um Quociente Eleitoral (QE) a partir da divisão entre número total de votos válidos do pleito pela quantidade de cadeiras em disputa. Sendo assim, o QE do Piauí para o pleito de deputado federal foi de 178 mil votos, no entanto, a candidata mais votada dentre todos, a deputada Rejane Dias (PT), conseguiu se reeleger com apenas 138 mil. Já o deputado Átila Lira (PSB) renovou seu mandato com bem menos que isso, cerca de 54 mil votos.

Vale ressaltar a importância de outro quociente, o Partidário (QP), que especifica a quantidade de cadeiras conquistada pelo partido ou coligação. Ele considera a totalidade dos votos do grupo em relação ao QE, que quando não alcançado, considera-se a votação de cada integrante da aliança.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Murilo de Oliveira Junqueira, a regra beneficia os postulantes ao cargo, que podem obter mandato com baixa quantidade de votos. “Para ser parlamentar, que é um cargo super importante, é possível ser eleito com uma votação proporcionalmente pequena, muitas vezes até meio por cento dos votos válidos já é mais que suficiente”, comenta.


Para a ALEPI, apenas um deputado dependeu da própria votação para ser eleito

As mesmas regras eleitorais que determinam a maneira como os deputados federais são eleitos valem para os postulantes à Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI). Sendo assim, dos trinta parlamentares vitoriosos no último domingo (7), apenas um conseguiu a votação necessária, sem depender dos votos da coligação ou partido, para garantir um mandato na casa.

                                                                          Foto: Arquivo/ODIA

Isso porque o Quociente Eleitoral (QE) para a disputa ao legislativo estadual, considerando as regras de cálculo, foi de 60,5 mil votos nestas eleições, ou seja, somente o deputado Georgiano Neto (PSD), reeleito com a maior votação dentre os demais concorrentes, pouco mais de 79,7 mil votos, conseguiu alcançar e superar o QE.

Os demais deputados estaduais eleitos foram beneficiados pelo Quociente Partidário (QP), que estipula a quantidade de vagas de cada coligação a partir da divisão do total de votos da aliança pelo QE, ou seja, os mais votados dentro daquele grupo conquistaram as cadeiras remanescentes.

No entendimento do cientista político e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Murilo de Oliveira Junqueira, a eleição de deputados, não apenas no no Estado mas em todo o país, se dá a partir de votações proporcionalmente pequenas.

“Até os mais votados obtém de três a quatro por cento dos votos válidos, e o último, com a quantidade mínima de votos que um deputado precisa para ser eleito, ou até bem menos que isso, dependendo do Quociente Eleitoral e da coligação da qual faz parte”, explica o docente. 

Por: Breno Cavalcante e Luiz Carlos de Oliveira
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