A deputada federal
Margarete Coelho (Progressistas) saiu em defesa da instituição do chamado juiz
de garantias, um dos pontos mais polêmicos entre os que fazem parte do chamado
Pacote Anticrime, sancionada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A piauiense, que coordenou o grupo de trabalho que discutiu as mudanças no
código penal, avalia que a sociedade ainda precisa entender melhor qual será a
função do novo instituto.
“Quando as pessoas entenderem do que se trata, vão entender a grandiosidade desse instituto. Nós já temos manifestações de quatro ministros do Supremo, favoravelmente. Também já temos a manifestação de grandes juristas, que já estão publicando artigos fazendo análises. A crítica mais recorrente, que é a questão de falta de estrutura no poder judiciário, ela não justifica a não adoção de um instituto tão salutar para a cidadania e para o processo civilizatório como é o juiz de garantias”, destacou.
A deputada piauiense presidiu no Congresso o grupo de trabalho sobre o pacote anticrime (Foto: Elias Fontinele)
Margarete Coelho também avaliou positivamente a tramitação das medidas do Pacote Anticrime no Congresso Nacional. De acordo com ela, a participação de magistrados, juristas e da sociedade civil possibilitou um maior aprofundamento das discussões, o que, para ela, foi um fator determinante para equilibrar interesses e alcançar avanços.
“Eu acho que foram muito grandes os avanços. No final das contas, ficou um pacote extremamente garantista, ficou um pacote que fortalece a Constituição e endurece o sistema de persecução penal”, avaliou Margarete.
Vetos
O presidente da República Jair Bolsonaro sancionou o chamado pacote Anticrime com 25 vetos ao texto aprovado pelo Congresso Nacional. Entre os pontos rejeitados, estão a triplicação da pena quando o crime for cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores; a coleta de DNA apenas nos casos de crime doloso praticado contra a vida, liberdade sexual e crime sexual contra vulnerável; e a limitação da prova de captação ambiental somente para a defesa.
Para Margarete Coelho, que coordenou o grupo de trabalho que discutiu o pacote Anticrime, ainda é cedo para avaliar a postura do Congresso em relação aos vetos. Caso os vetos sejam rejeitados por 257 deputados e 41 senadores, os trechos voltam a ser incorporados à lei publicada.
“Com relação ao comportamento do Congresso, mediante aos vetos, ainda não há como fazer uma prospecção. Isso precisa ser analisado pela consultoria, pelos parlamentares e pelas bancadas”, disse.
“Bem proveitoso”, diz Margarete sobre primeiro ano no Congresso Nacional
Ao analisar o seu primeiro ano no Congresso Nacional, a deputada federal Margarete Coelho (Progressistas) disse estar satisfeita por ter conseguido alcançar espaços estratégicos, em comissões e no grupo de trabalho que discutiu o pacote Anticrime. A parlamentar avalia que, apesar de estreante, teve um bom desempenho como congressistas em 2019.
“Eu acho que foi um primeiro ano de mandato bem proveitoso. Consegui ocupar um espaço privilegiado na Câmara, fazendo parte de 10 comissões e mais de 20 frentes parlamentares, presidi um dos trabalhos mais importantes da casa em 2019, que foi o pacote Anticrime, uma responsabilidade muito grande para uma novata que nem eu”, destacou.
Margarete Coelho também afirmou que pretende manter o ritmo de trabalho ao longo de 2020. “Eu acho que eu consegui realmente dar uma efetividade ao meu mandato nesse primeiro ano e espero continuar no mesmo ritmo em 2020”, disse.
Por: Natanael Souza - Jornal O Dia