Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Marcelo Castro diz que distritão vai piorar o sistema político do Brasil

Relator da reforma política diz que partidos perderão força, pois serão eleitos os candidatos mais votados nominalmente. "œSalve-se quem puder", disse.

14/05/2015 06:54

O deputado Marcelo Castro (PMDB), relator da comissão especial que discutiu a reforma política no Congresso Nacional, disse ontem à Agencia Câmara que ficou decepcionado com a posição da comissão especial que analisa o tema de apoiar o sistema majoritário para as eleições legislativas. Castro colocou o chamado “distritão” em seu relatório porque, segundo ele, o sistema reflete o que quer a maioria dos integrantes. Pelo distritão, os candidatos a deputado estadual e federal eleitos por um estado serão os que tiverem nominalmente a maior quantidade de voto, assim como ocorre na majoritária.

Marcelo Castro avaliou plicado ter um sistema proporcional com votação em pessoas. A votação deveria ser feita diretamente nos partidos, na visão dele. Para contemplar a votação em pessoas com a votação em partidos, ele defendia um sistema misto.

Foto: Agência Câmara


Marcelo Castro (PMDB) alerta que as gerações futuras vão pegar pelos erros do Congresso

“Eu fui surpreendido negativamente com essa postura da comissão. Eu lhe confesso aqui a minha surpresa e de certa forma a minha decepção porque nós debatemos durante todo esse tempo. Não teve um único, um único palestrante que defendesse o distritão. Unanimemente criticaram o distritão como um retrocesso, como um sistema que vai piorar o que nós temos hoje”, disse Castro. Ele acrescentou ainda que atualmente o distritão legislativo não é adotado em praticamente nenhum lugar do mundo.

Segundo Marcelo Castro, dificilmente o Plenário terá uma decisão diferente da comissão especial: “Se a comissão de reforma política, que estudou, que debateu, que aprofundou, vota desse jeito... O Plenário, que não estudou, que não debateu, que não aprofundou, que não se dedicou ao tema com a obrigação que tem a comissão, vai acompanhá-la. Salve-se quem puder, eu não sei o que pode vir. Estou apreensivo pelo futuro do nosso País, honestamente”.

Marcelo Castro explicou que os deputados podem estar perdendo uma chance única. “Tínhamos uma chance de ouro de fazer uma reforma política para corrigir os defeitos, aperfeiçoar estes mecanismos democráticos, fortalecer os nossos partidos políticos, diminuir a influência do poder econômico, aproximar a classe política da sociedade brasileira, permitir um controle social da atividade parlamentar. Nós pegamos uma oportunidade de ouro dessas e jogamos fora. Quem vai pagar isso? As gerações futuras”, disse o parlamentar.

Por: João Magalhães
Mais sobre: