Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Justiça do Rio condena ex-presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão

Othon Pinheiro foi condenado por crimes durante as obras de Angra 3. Outras 12 pessoas foram condenadas, entre elas a filha do empresário.

04/08/2016 11:24

O ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi condenado na noite desta quarta-feira (3) a 43 anos de prisão por crimes cometidos durante as obras da usina nuclear de Angra 3. Outras 12 pessoas envolvidas também foram condenadas. 

O empresário vai cumprir pena por corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço às investigações, evasão de divisas e organização criminosa. Segundo as investigações, Othon, que também é vice-almirante da Marinha, cobrou propina em contratos com as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez. O caso é desdobramento da Operação Lava Jato. Ao todo, são 15 réus na ação.Réu na ação penal que investiga crimes na construção da central nuclear, o empresário foi condenado pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.

O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, também foi condenado, mas teve redução na pena por causa do acordo de delação premiada. Com isso, vai cumprir 7 anos e 4 meses de detenção.

José Antunes Sobrinho, um dos sócios da Engevix, pegou 21 anos e 10 mese de cadeia.

Filha
A filha de Othon, Ana Cristina da Silva Toniolo, foi condenada a 14 anos e 10 meses de prisão.

G1 não conseguiu contato com as defesas de Othon Pinheiro, Otávio Azevedo, José Antunes e Ana Cristina.

Denúncia

A Justiça Federal do Rio aceitou na sexta-feira (29) denúncia do MPF contra 15 pessoas investigadas na Operação Pipryat. Eles foram acusados de envolvimento em uma organização criminosa que comandava fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos das obras de Angra 3. Foi a primeira denúncia da força-tarefa Lava Jato no Rio de Janeiro.

A investigação sobre fraudes na construção da usina começou no Paraná, na 16ª fase da Lava Jato, mas em 29 de outubro o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o processo contra o ex-presidente da Eletronuclear, sua filha e executivos da Andrade Gutierrez e da Engevix deveria ser remetido à Justiça Federal do Rio - e o MPF do estado passou a investigar o caso.

Othon Luiz participou, em 2011, de audiência no Senado para discutir o sistema de energia nuclear do país  (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Othon Luiz participou, em 2011, de audiência no Senado para discutir o sistema de energia nuclear do país (Foto: Antonio Cruz / ABr)

Após o juiz Marcelo Bretas acolher a denúncia do MPF, viraram réus os cinco ex-dirigentes da Eletronuclear, Luiz Antônio de Amorim Soares, Luiz Manuel Amaral Messias, José Eduardo Brayner Costa Mattos, Edno Negrini e Pérsio José Gomes Jordani, além de ex-executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e da Engevix.

Ex-dirigentes da Eletronuclear e ex-executivos da Andrade Gutierrez e Engevix são denunciados por corrupção e lavagem em obras em Angra 3 (Foto: Reprodução / TV Globo)

Obras na usina nuclear de Angra 3 (Foto: Reprodução / TV Globo)

Operação Pripyat

A Polícia Federal (PF) deflagrou no começo de julho a Operação Pripyat, que voltou a prender o ex-presidente da Eletronuclar Othon Luiz e mais nove pessoas, além de levar para depor sob condução coercitiva o então presidente da estatal, Pedro Figueiredo Diniz, que foi afastado do cargo.

Pripyat é uma referência a uma cidade perto da usina de Chernobyl, na Ucrânia, que fazia parte da então União Soviética. A Pripyat foi um desdobramento da 16ª fase da Lava Jato, chamada Radioatividade, que em julho de 2015 prendeu Othon Luiz pela primeira vez.

Fonte: g1
Mais sobre: