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Jungmann critica classe média que financia crime consumindo drogas

"Me impressiona no Rio de Janeiro, onde vejo as pessoas durante o dia clamarem pela segurança, contra o crime, e à noite financiarem esse crime pelo consumo de drogas", disse.

27/02/2018 14:32

Em seu discurso de posse no cargo, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, criticou a classe média que pede segurança, mas, ao mesmo tempo, consume as drogas ilícitas que financiam o crime organizado. Ele também defendeu um papel maior do governo federal na segurança, cuja responsabilidade hoje recai principalmente sobre os estados, embora o crime organizado tenha atuação nacional e internacional. Jungmann chamou ainda a atenção para o fato de a segurança, diferentemente da educação e da saúde, não ter um piso de gastos públicos.

- Me impressiona no Rio de Janeiro, onde vejo as pessoas durante o dia clamarem pela segurança, contra o crime, e à noite financiarem esse crime pelo consumo de drogas. Não é possível! São pontas que se ligam e precisam de estratégias diversas para serem combatidas - disse Jungmann.

Ele destacou que a maior parte dos gastos está com os estados.

- Dos R$ 81 bilhões gastos com segurança em 2016, o esforço maior ficou com os estados: R$ 68 bilhões. A União com R$ 9 bilhões e os municípios com R$ 5 bilhões. Os gastos do Estado na área social são com saúde, educação e segurança. Saúde e educação têm pisos. Segurança não. Mas não estou aqui a reivindicar vinculação de receitas - disse o ministro.

Embora destacando a necessidade da atual intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, sob o comando do Exército, Jungmann criticou o atual protagonismo do Ministério da Defesa na questão. Jungmann era inclusive o ministro da Defesa antes de assumir a nova pasta, criada nesta terça-feira pelo presidente Michel Temer. Antes da intervenção no Rio, os militares já tinham participação em ações de segurança em vários estados, por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Nesses casos, eles são acionados a partir da requisição dos governadores.

Jungmann também anunciou estar encerrando sua carreira política.

- Encerro minha carreira política para me dedicar integralmente ao ministério. Estarei encaminhando um pedido de suspensão de minhas atribuições, todas ,do meu partido (PPS). Pela razão de que uma população vulnerável, encurralada, uma população indefesa é presa fácil da demagogia, do autoritarismo, do desrespeito - disse Jungmann, afirmando ainda:

- Essa é a mais pesada das atribuições que eu já tive.

Entre as várias autoridades presentes - dos três poderes, como o próprio ministro destacou -, uma ausência significativa foi sentida: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não participou da cerimônia. Ele teve divergências com o governo quando foi decidida intervenção na segurança do Rio.

Além do presidente Michel Temer e do novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, estiveram presentes: os ministros Torquato Jardim (Justiça), Eliseu Padilha (Casa Civil), e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República), entre outros; os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes; e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

O Ministério Extraordinário de Segurança Pública vai coordenar a integração de todos os serviços de segurança pública em todo o território nacional, assumindo a maior parte das ações federais em segurança. Passam a ser vinculados ao novo ministério a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Fonte: Extra
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