Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Intervenção federal: Wellington Dias crítica decisão do Governo Federal

Após o anuncio de Temer sobre a decisão na manhã de ontem (16), o assunto repercutiu em todo o país

17/02/2018 15:24

“O crime já está organizado nacionalmente, precisamos organizar a defesa e a segurança do povo brasileiro. Uma batalha assim não vence com uma bala de prata”, disse Wellington Dias, após o anúncio do governo federal sobre a intervenção do Exército na Segurança do Rio de Janeiro. 

Em nota oficial, o chefe do executivo piauiense critica a decisão, que foi anunciada na manhã de ontem (16), pelo presidente Michel Temer.  Na prática, o interventor federal terá todo o poder sobre o governo e  toda  estrutura de segurança pública do Rio de Janeiro. 

Wellington Dias, em sua fala durante o Fóruns dos Governadores do Nordeste e do Brasil, alega que a intervenção é um caminho perigoso. “Intervenção é mais um pacto federativo quebrado. Alguém acredita que vamos mudar o quadro da segurança pública tirando o poder do governador e passando para o exército?  É um caminho perigoso, inclusive para nossa frágil democracia”, afirmou. 


Tanque do exército próximo ao Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, após o Governo Federal determinar a intervenção federal na segurança pública no estado. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

A decisão do Governo Federal repercutiu em todo o país. O texto ainda não foi aprovado pelo Congresso, mas a expectativa é que passe sem dificuldades, visto que a intervenção foi um comum acordo com o governo do Rio de Janeiro. 

Confira a nota na íntegra:

Sejamos sinceros!

Alguém acredita que, no estado democrático, vai ser com INTERVENÇÃO, ou seja, saindo o comando do Governador eleito e passando para o Exército, que vamos mudar o quadro da Segurança no Rio de Janeiro ou em qualquer outro Estado? É um caminho perigoso. Inclusive para a nossa frágil democracia.

Veja que esta medida do Rio de Janeiro é completamente diferente da Força Nacional autorizada à apoiar uma unidade da federação, em tempo definido e sob o comando do Estado/DF. 

Agora é INTERVENÇÃO, e mais um pacto federativo quebrado. Eu também destaquei a grave crise da segurança no meio de outras. O Brasil cobra: Um Fundo Nacional e com fonte não contingenciável (eu defendo a regulamentação de jogos pela internet, existente, e cobrando 30%, gerando o equivalente à 18 bilhões/ano - pelas contas de estudiosos do tema, recursos novos para dar sustentação a um Plano e Sistema Nacional de Segurança, para assim financiar medidas como contratação de pessoal, tecnologia, equipamentos e para Proteção das Fronteiras (pessoal do exército, Marinha, aeronáutica, Policia Federal - PF, Polícia Rodoviária Federal - PRF e Força Nacional para fronteiras) barrando principalmente entrada de armas, drogas e etc; sistema organizado pela classificação do risco do crime e do criminoso: alto risco, médio risco e baixo risco, integrando ações e responsabilidade da sociedade, União, Estados e Municípios; aqui refazer a integração e responsabilidade do judiciário / Ministério Público - MP;  política sobre drogas e tratamento de dependentes químicos, saúde, social e educação; destaco ainda apoio aos Estados  para contratação de pessoal, investimento em estrutura adequada, equipamentos e tecnologia, para Segurança de cada Estado, e organizar à unificação de todas as forças dos 3 níveis de governo numa missão única. 

O crime já está organizado nacionalmente, precisamos organizar a defesa e a segurança do povo brasileiro. Batalha como esta não se vence com uma bala de prata. 

Aqui apenas para lembrar o plano nacional de segurança que apresentamos em recente encontro do Fórum dos Governadores do Brasil com órgãos do governo Federal no Estado do Acre em que contou com às presenças dos ministros da Defesa, Justiça, Gabinete da Segurança Institucional, Relações Exteriores e do embaixador da Alemanha, Georg Witschel. Além de autoridades da Bolívia, Peru e Colômbia.

Wellington Dias 

Governador do Piauí 

Edição: Nayara Felizardo
Por: Geici Mello
Mais sobre: