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Família pede a criação da lei 'Maria Eduarda' para governador do RJ

Parentes da jovem, morta a tiros de fuzil na escola, conversam com governador e pediram que operações policiais não sejam realizadas durante o horário escolar.

07/04/2017 16:49

Familiares da menina Maria Eduarda foram recebidos na manhã desta sexta-feira (7) no Palácio Guanabara com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Aos 13 anos, ela foi morta dentro da Escola Daniel Piza, no dia 30 de abril, durante confronto entre policiais e traficantes. A Pezão, os parentes pediram o fim de incursões policiais na hora da aula, entre 6h e 18h, através de uma lei chamada Maria eduarda.

Pai, mãe e irmão chegaram acompanhados do advogado João Tancredo, por volta das 10h. Ao final do encontro, os familiares se pronunciaram. Eles disseram que o governador pediu desculpas, enquanto Tancredo afirmou que Pezão "não se comprometeu" em levar a ideia adiante.

Como a tramitação pode demorar, os familiares pediram que as operações policiais sejam canceladas por determinação do governador num raio de até 3 quilômetros de escolas. Também nesta sexta, o advogado afirmou que entrou com um pedido de indenização.

"Pedi para ele [o governador] fazer a Lei Maria Eduarda, ele falou que ia tomar as providências e que sobre a Lei teria que entrar em detalhes com os especialistas", disse o pai, Antônio Alfredo da Conceição.


Familiares pedem criação de lei 'Maria Eduarda' ao governador (Foto: Gabriel Barreira / G1)

De acordo com o secretário de Direitos Humanos, Átila Nunes, o governador - que não deu entrevistas - pediu celeridade na investigação. Pezão, segundo Átila, teria ficado "sensibilizado" com o pedido da família.

"Tem que preparar mais a polícia, não dá para jogar o policial sem preparo na rua. Tem bons e ruins. Mas queremos descobrir quem foi. Só sei que minha sobrinha morreu e queremos saber de onde o tiro veio", afirma o tio, Amauri Alves de Oliveira.

Tio da menina diz que o caso está nas mãos de Deus (Foto: Gabriel Barreira / G1)

Há uma semana, a família foi recebida também pela comissão de direitos humanos da Alerj e pela divisão de homicídios. Na ocasião, o advogado disse que pediria indenização.

Nesta quinta (6), uma semana após a morte da menina, um ato ecumênico foi realizado na escola. Cerca de 1,5 mil escolas da rede municípal também prestaram homenagem à Maria Eduarda.

Perícia aponta que um dos tiros partiu de PM

Peritos identificaram que ao menos um dos tiros que atingiram Maria Eduarda, estudante de 13 anos morta dentro da escola em Acari, partiu de um dos dois PMs que foram presos na sexta-feira (31). A informação foi dada com exclusividade pela GloboNews, nesta quarta-feira (5).

Peritos já haviam concluído que a cápsula era de um fuzil 7.62, usado tanto por traficantes (fuzis AK.47) como pela PM (FAL, o fuzil automático leve).

Para identificar a autoria, a perícia confrontou um projétil retirado do corpo com o das armas apreendidas com os policiais militares e criminosos, que trocaram tiros naquela quinta-feira (30) ao lado da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, onde Maria Eduarda estudava. A conclusão, segundo fontes ouvidas pela GloboNews, foi a de que o tiro saiu da arma de um dos policiais.

A prisão dos PMs ocorreu após a divulgação de um vídeo no qual aparecem atirando em dois homens caídos no chão próximo à escola onde Maria Eduarda foi morta. A Divisão de Homicídios continua fazendo confrontos balísticos para concluir a investigação da morte da estudante e divulgar oficialmente o laudo.

Fonte: G1
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