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PF prende Yunes, advogado e ex-assessor de Temer, e dono da Rodrimar

A operação desencadeada nesta quinta (29) tem dimensões ainda não reveladas

29/03/2018 08:23

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29), às 6h, o empresário e advogado José Yunes, 80, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer. A detenção foi autorizada pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.

Segundo sua defesa, a prisão é temporária, de cinco dias. Também foi preso o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos. Ele estava em Monte Alegre do Sul (SP).

A reportagem apurou há um terceiro preso na operação desta manhã, mas seu nome não foi divulgado por decisão do STF, assim como os motivos das prisões. A decisão poderá ser revista pelo STF ao longo do dia após o cumprimento de todos os mandados.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, disse ser "inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar". "Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania."


O presidente Michel Temer ao lado de Yunes. Foto: Reprodução/Zanone Fraissat/Folhapress

A operação desencadeada nesta quinta (29) tem dimensões ainda não reveladas. Além de Yunes, a polícia está prendendo outras pessoas em todo o país. A PF disse, em nota, que "por determinação do STF, não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data".

Investigação

Yunes é citado em inquérito sobre o decreto dos portos que investiga Temer, o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos (SP). Também é mencionado o coronel João Baptista Lima Filho, aposentado da Polícia Militar de São Paulo e próximo do presidente desde os anos 1980.

A investigação apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Editado em maio do ano passado, o decreto suspeito ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos e permitiu que eles possam ser prorrogados até o limite de 70 anos.

Fonte: Folhapress
Por: MÔNICA BERGAMO, THAIS BILENKY E RUBENS VALENTE
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