Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Em Teresina, Amoêdo critica polarização entre PT e Bolsonaro

Candidato do partido Novo também defendeu a privatização de estatais e disse que Estado atua mal nas áreas essenciais, como saúde, educação e segurança.

04/10/2018 16:19

O candidato à Presidência da República pelo partido Novo, João Amoêdo, escolheu a cidade de Teresina para realizar alguns dos últimos atos de campanha antes do primeiro turno das eleições deste ano.

Ele desembarcou na capital por volta das 14h30 desta quinta-feira (4), no Aeroporto Petrônio Portella, de onde se deslocou em carreata até um hotel situado na Avenida Frei Serafim. 

Em entrevista coletiva, o presidenciável fez duras críticas à polarização entre os dois candidatos que estão à frente nas pesquisas de intenções de voto - Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL).


O candidato à Presidência da República pelo Novo, João Amoêdo (Foto: Jailson Soares / O DIA)


Para Amoêdo, a maioria das pessoas que pretendem votar nesses dois nomes não são motivados pela convicção política, mas sim por conta dessa polarização. 

"A eleição começou a polarizar muito e muita gente passou a ter o voto do medo e o voto da revolta. Os dois candidatos que estão na frente são, exatamente, os candidatos que têm os maiores índices de rejeição. O que está determinando o voto é muito mais a rejeição do que o apoio. Quem vota no Haddad, em boa parte, vota por rejeição ao Bolsonaro, e quem vota no Bolsonaro, em grande parte, vota por rejeição ao PT. É isso o que a gente tem que combater, porque o que a gente precisa para mudar o país é ter propostas, ter ideias e pensar no dia seguinte", afirmou o candidato à Presidência do Novo, que acredita que ainda é possível reverter esse cenário.

João Amoêdo também atribuiu a essa polarização o fato de, mesmo defendendo uma economia liberal, com menor intervenção do Estado, não ter atraído uma quantidade expressiva de eleitores que simpatizam com essas ideias, mais à direita.

"Tem pessoas como o Bolsonaro que estão na vida pública há quase 30 anos. Eu estou entrando na vida pública agora. Nunca fui político, nunca fui figura pública. Nunca tive exposição nenhuma e era uma pessoa pouco conhecida. Vim de um partido que tem três anos de existência", justificou Amoêdo.

Entrevista de Lula

Ele também explicou o porquê de seu partido ter apresentado recurso contra decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou Lula a conceder entrevista à Folha de São Paulo. "Aquilo ali era, claramente, uma manobra para interferir no processo eleitoral, como tem sido colocar a foto do Lula em vários materiais de campanha. A eleição, sim, é um processo democrático que precisa ser preservado. Claramente, ele estava querendo dar essa entrevista para criar um fato novo e influenciar a eleição em favor do candidato dele".

Amoêdo disse que uma das suas principais propostas para desenvolver o Nordeste e o país como um todo é investir na melhoria da educação básica e na capacitação dos jovens. "Assim, as pessoas poderão montar o seu próprio negócio ou conseguir emprego, e assim a gente vai gerar renda para combater a pobreza", disse.

João Amoêdo defende propostas liberais para a economia, mas, diferente de Bolsonaro, não aparece bem nas pesquisas de intenções de voto (Fotos: Jailson Soares / O DIA)

Privatizações

O presidenciável também explicou por que defende a privatização de algumas das estatais. 


O presidenciável concedeu entrevista coletiva num hotel situado na Avenida Frei Serafim (Fotos: Jailson Soares / O DIA)


"O Estado deveria atuar nas áreas essenciais - saúde, educação e segurança. Isso ele tem feito muito mal. A saúde é precária, a educação é de péssima qualidade e a segurança nem se fala. Tivemos 64 mil assassinatos no ano passado. Então, nós entendemos o seguinte: não cabe ao Estado fazer gestão de correio, de postos de gasolina, de instituições financeiras. Isso apenas cria um ambiente para os políticos terem mais poder, colocar seus apadrinhados, fazer indicações políticas, pagar favores obtidos durante a campanha. Enfim, cria-se um ambiente propício á corrupção e à ineficiência. O Novo defende que o Governo não tenha empresas. Passe isso para a iniciativa privada, mas sempre fomentando a concorrência, que é a melhor proteção para o consumidor. E o Governo atue essencialmente nas áreas em que ele precisa estar, nas áreas básicas para a população", argumenta.

Redução de regalias

João Amoêdo afirma que é preciso haver uma drástica redução das regalias a que os políticos têm direito atualmente, para que se garanta uma economia de recursos públicos e os políticos possam dar "exemplo" para a população. 

"Agora, para isso, é fundamental que quem for para o governo começar dando exemplo, cortando seus próprios privilégios, mordomias, quantidade de assessores, parar de andar de jatinho, parar de morar em palácios, deixar de ter chefe de cozinha. A gente precisa dar uma sinalização para o povo de que quem está lá [no comando do Governo Federal] não é uma autoridade, quem está lá é um funcionário público. Essa ideia, ao longo do tempo, foi se perdendo. Os políticos, infelizmente, estão lá trabalhando pelos seus próprios interesses. É isso que o Novo quer mudar", afirmou.

Por: Cícero Portela
Mais sobre: