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Em reunião, cúpula do MDB confirma apoio à reeleição de Themístocles

Partido também anunciou que vai colocar todos os cargos que possui no governo à disposição de Wellington Dias (PT), para que ele faça as mudanças que considerar necessárias para o próximo governo, visando, sobretudo, uma economia de recursos.

05/11/2018 11:10

Os integrantes da cúpula do MDB no Piauí bateram o martelo e confirmaram o apoio ao deputado estadual Themístocles Filho (MDB) em sua nova candidatura a reeleição para a Presidência da Assembleia Legislativa. A posição do partido já era esperada, mas a confirmação só ocorreu na manhã desta segunda-feira (5), após reunião realizada na sede do diretório regional da sigla.

O deputado federal Marcelo Castro, presidente do MDB no Piauí, opina que, no atual contexto político, o ideal é que seja formada uma chapa de consenso para a eleição da mesa diretora da Alepi, e, nesse sentido, o MDB acredita que Themístocles é o nome mais indicado para o cargo de presidente da Casa.

Em reunião realizada no diretório regional nesta segunda-feira, emedebistas ratificaram apoio à candidatura de Themístocles Filho para seu oitavo mandato consecutivo como presidente da Assembleia (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Marcelo afirma que o partido vai buscar o diálogo com Wellington, com a intenção de alcançar a consonância de ideias entre o PT, o MDB, o Progressistas e demais partidos da base aliada. Porém, caso esse caminho não seja possível, os emedebistas irão abonar a candidatura de Themístocles, mesmo tendo que enfrentar outro nome da base aliada a Wellington.

"A posição do MDB é clara. Nós temos um candidato: o deputado Themístocles Filho, que é um consenso dentro do partido. E nós entendemos que, no momento que estamos vivendo, seria importante que houvesse um consenso de toda a base do governo em torno de um nome. E o nome que nós apresentamos é o do deputado Themístocles. Se esse consenso não for possível, é evidente que nós vamos ter que partir para uma eleitoral, que é assim que a democracia resolve os seus conflitos. Mas eu advogo em favor dessa ideia. Acho que muitos advogam e acredito que o governador tem esse entendimento, de que o candidato à Presidência da Assembleia viesse de um consenso com todos os partidos, que houvesse necessidade de uma disputa, porque as disputas sempre deixam atritos, arestas, que precisam ser tratadas ao longo do tempo", pontua Marcelo. 

Marcelo Castro afirma que próximos anos podem ser de continuidade ou agravamento da crise no país e no Piauí, o que exige medidas destinadas a poupar recursos públicos, como o enxugamento da máquina administrativa (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Nas últimas semanas, PT e Progressistas vêm articulando para que o indicado da base governista para disputar a Presidência da Alepi seja um nome de uma das duas legendas. Estariam cotados os deputados Júlio Arcoverde (PP), Francisco Limma (PT) e Wilson Brandão (PP).

A negociação está sendo conduzida pelo deputado federal Assis Carvalho (PT) e pelo senador Ciro Nogueira (PP), que contam com o apoio do prefeito Firmino Filho (PSDB).

O senador eleito também falou que o partido decidiu colocar todos os cargos que possui no Governo do Estado à disposição do governador Wellington Dias (PT), para que ele decida sobre a formação de um novo secretariado para sua próxima gestão, sem sofrer qualquer pressão política.

A intenção, segundo Marcelo, é dar ao governador a oportunidade de montar uma equipe mais enxuta, como forma de poupar recursos. Marcelo afirma que o momento é de contenção de gastos, porque o estado e o país estão passando por uma crise que pode se acentuar nos próximos anos, por conta de medidas que venham a ser tomadas pelo Governo Bolsonaro.

"Nós decidimos que o MDB fará um documento passando a responsabilidade ao governador Wellington Dias, chamando atenção para o momento crítico que estamos vivendo e para o prenúncio de um momento mais crítico ainda de recessão que o Brasil poderá passar, com as novas medidas econômicas que serão tomadas pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes", avalia Marcelo. 

Castro lembra que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) foi o antagonista de Fernando Haddad (PT), correligionário de Wellington e que recebeu o apoio do governador durante as eleições.

O senador eleito afirma que tanto o governador como a bancada piauiense no Congresso esperam que o embate ocorrido no pleito com o PT não motive um boicote do Governo Federal ao Piauí nos próximos anos. Porém, Marcelo Castro acredita que, mesmo no melhor dos cenários, o estado terá uma atenção menor do Palácio do Planalto, em comparação à atenção que teria se o ex-prefeito Fernando Haddad tivesse sido eleito.

"Mesmo o Bolsonaro tendo sido nosso antagonista na eleição, nós esperamos, sinceramente, que ele não perseguirá nenhum estado no Brasil, muito menos o Piauí. Mas também achamos que ele não terá aquela simpatia pelo Piauí como nós acreditamos que teria o Haddad. Como teve a Dilma, como teve o Lula, que eram nossos aliados políticos. Isso é bom senso. E aí o governador é quem vai decidir como compor o novo governo. Nós entendemos que zerou o jogo, e a partir de 1º de janeiro será um novo governo. Para isso, nós entendemos que o governo está zerado, não precisa haver uma formalização de entrega dos cargos. Mas, evidentemente, pressupõe-se que o governador vai montar o novo secretariado de acordo com o seu entendimento, visando esses tempos difíceis e, naturalmente, os partidos serão representados na proporção das suas forças eleitorais", afirma Marcelo, acrescentando que o MDB assume, de antemão, o compromisso de apoiar as medidas tomadas por Wellington Dias.

Carta do Progressistas

O MDB apresenta essa posição uma semana após o senador Ciro Nogueira entregar ao governador Wellington Dias uma carta do Progressistas com sugestões para o novo governo, boa parte das quais visando a redução de despesas, propondo, inclusive, a reestruturação da máquina administrativa.

Convenção em dezembro

Durante a reunião desta segunda-feira, também ficou definido que a convenção do MDB no Piauí será realizada no dia 15 de dezembro, quando haverá a renovação do diretório regional.

Por: Cícero Portela
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