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Em dois anos, maiores partidos perdem 28% do número de filiados no Piauí

A fragilidade ideológica das siglas e eleitores também contribui para desfiliações e migração partidárias.

18/06/2018 06:43

Estar filiado a um partido político no mínimo seis meses antes da data das eleições é o principal requisito para quem pretende sair como candida­to. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em todo país cerca de 16 milhões estavam filiados a um dos 35 partidos políticos em 2016, no ano do último pleito.

No Piauí, os dez maiores partidos em número de filia­ção totalizavam 307.497 pes­soas naquele ano, mas a lista sofreu redução de 28% este ano. Agora, os partidos dis­ponibilizam 221.536 filiados. Como critério de inclusão e de elaboração do ranking dos maiores partidos, foram anali­sadas as listas partidárias das siglas que possuem represen­tantes do estado nos legislati­vos estadual e federal.

Já em relação ao número to­tal de filiados a todos os par­tidos, houve um crescimento considerável de 285 mil para 306 mil, de março de 2016 para 2018.

De acordo com os dados do site do TSE, quando compara­do os anos de 2016 e 2018, o MDB continua sendo o maior partido do Piauí, com mais de 39 mil filiados; seguido do PT, com 28.028; e do PSDB, com quase 26 mil. O MDB também foi a sigla que sofreu a maior baixa, com 11.831 filiações canceladas e 1.668 desfiliações registradas este ano; seguido do PTB, com 11.912 cancela­mentos e 761 desfiliações; e o PSDB com 10.674 cancela­mentos e 574 desfiliações.


Cientista político avalia que a queda está ligada diretamente ligada à desilusão com a política e as instituições (Foto: Elias Fontinele/O Dia)

A filiação partidária é cance­lada em casos de morte, perda dos direitos políticos ou ex­pulsão. O cancelamento ainda poderá ocorrer judicialmente ou pelo sistema quando for comprovada a coexistência de filiações partidárias ou forem detectados, no processamen­to, registros com idêntica data de filiação, segundo o TSE.

Para o cientista político Bru­no Melo, a queda está direta­mente ligada ao cenário de de­silusão com relação à política e às instituições democráticas. “Os partidos são vistos como uma coisa ruim por natureza e eles refletem esse cenário de desconfiança, por isso viram o alvo principal. Tudo que é visto como algo tradicional na política acaba sendo vincula­do a algo negativo”, afirma.

Além dos escândalos nos últimos anos, a fragilidade ideológica das siglas também contribui para as desfiliações, segundo o especialista. “O sis­tema partidário no Brasil não é consolidado. Vemos com frequência os partidos não só trocando de ideologia, de acordo com os interesses em um dado momento, mas tam­bém mudando de nome, para tentar se desvincular de algu­mas marcas”, pontua.

Por: Ithyara Borges - Jornal O Dia
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