As eleições só acontecem no próximo ano, mas os partidos
já começam a mobilização para saírem fortalecidos na disputa. O presidente do Diretório Estadual do PDT no Piauí,
Flávio Nogueira, comentou com a equipe do O DIA as estratégias que o partido está adotando. O pedestista garantiu
ainda que o partido está satisfeito com os espaços ocupados
atualmente no Governo, reconhece que a crise tem impedido
que as secretarias possam fazer mais, mas avalia que os gestores estão tendo mais liberdade de atuação. Sobre o pleito do
próximo ano, Flávio Nogueira destacou que a prioridade do
partido é no plano nacional, com uma candidatura de Ciro
Gomes (PDT) a Presidência da República. Ele reconhece as
dificuldades, sobretudo devido ao temperamento do presidenciável, mas garante que ele é um homem preparado para
conduzir o país. Ele comentou a busca de espaços na chapa
majoritária para o Governo e ainda a possibilidade de rompimento para integrar a chapa de oposição ao governador Wellington Dias, em uma eventual candidatura do ex-senador
João Vicente Claudino. Confira a entrevista:
Como é que o PDT vem se
preparando para o debate
eleitoral do ano que vem? O
partido já tem alguma meta?
As eleições serão realizadas
apenas no ano que vem, mas
nós já estamos conversando,
preparando os diretórios municipais, dizendo que as próprias
eleições terão muito uma conotação nacional. Vivemos uma
crise que mexe com toda a nação e o PDT que é um partido
com tradição, história, espólio,
que desde muito tempo defende o trabalhismo, não pode deixar de focar nisso, deixar de colocar isso como pano de fundo
da campanha eleitoral do ano
que vem.
"Ás vezes a gente conversa, mas não tem nada de fechamento. O que vale mesmo é em 2018" (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)
Atualmente, o PDT está na
estrutura do Governo do
Estado, ocupando as Secretarias de Turismo e Meio
Ambiente. O partido está satisfeito com os espaços e com
a estrutura de trabalho que
tem no Governo?
Podemos dizer que sim. O
governador sempre deu ao partido certa autonomia ás secretarias. Ali é o momento em que
estamos manifestando nosso
posicionamento enquanto gestor, vendo o que é melhor para
o Estado, para a população.
Nesse aspecto, não podemos
dizer que não estamos satisfeitos, porque estamos vivendo
em uma crise, e não tem como
não ser afetado. Então, muito
daquilo que a gente gostaria de
estar fazendo, não podemos.
Em 2010, o senhor disputou
uma eleição como candidato
a um cargo majoritário, de
vice-governador. O senhor
tem pretensão de voltar a disputar um cargo majoritário?
Qual seria esse espaço?
O PDT sempre irá disputar
um cargo majoritário. Pelo menos pleiteia em uma composição de chapa. O foco da eleição
passada e da próxima é a eleição de deputado federal. Se já
estivesse em vigor o voto distrital, eu estaria lá e a composição
da bancada seria outra, embora
eu tenha participado dessa legislatura, em um curto espaço
de tempo, mas na época mais
nourática. Então, o foco é que
queremos retornar à Câmara
Federal, mas não quer dizer, de
maneira alguma, e ninguém vai
forçar denúncias para isso, que
poderemos ser desfocados para
compor uma chapa majoritária.
Como o senhor avalia a situação do deputado Robert
Rios. Ele é do PDT, mas lidera a oposição no Estado,
com discursos sempre muito
firmes. Tem condição de ele
permanecer na sigla, caso o
PDT decida manter a aliança
pela reeleição do governador
Wellington Dias?
O Robert Rios é um homem
muito inteligente, preparado,
um bom quadro do partido.
Por sermos um partido democrático, ele tem toda a liberdade para dizer a sua opinião, para
se expressar. Não somos um patrulhamento rigoroso. Evidentemente, vai chegar a um ponto
em que teremos que decidir em
conjunto o que nós pretendemos para as eleições de 2018.
O certo é que, aqui no Piauí,
estamos bem sintonizados com
a direção nacional, da qual eu
faço parte. Então, vamos conversar com os dirigentes dos
diretórios estaduais para irmos
na mesma estratégia. Qual a
vantagem de irmos separados?
Se alguém está no partido, tem
que marchar em conjunto. Então, achamos que estaremos
juntos, sim, em 2018.
O senhor acha que essa postura do deputado Robert
Rios dificulta uma abertura,
um diálogo no sentido de
ampliar os espaços do PDT
no Governo?
Não. Não tem nenhuma alteração.
O deputado Robert Rios tem
planejado uma candidatura majoritária, com foco no
Senado, nas eleições do ano
que vem. Ele ainda disse ao
partido que pretende manter
a candidatura. Ele terá apoio
do partido para essa candidatura?
É aquilo que eu disse: O pano
de fundo é a política nacional.
Temos uma candidatura que
deve ser posta que é a do Ciro
Gomes para presidência da República e ele está com outros
partidos, o Pc do B e agora com
o PSB está nesse campo em
nível nacional e deverão estar
juntos. E deveremos estar preparando todos esses partidos
para as eleições. Por isso, vamos pedir a todos que, dentro
de suas divergências, achemos
um denominador comum que
é o nosso programa partidário.
Somos nacionalistas, trabalhistas e, por mais que se queira insinuar qualquer coisa do PDT,
você não vê o PDT sendo, nesses escândalos, denunciado.
Nessas investigações da Polícia
Federal, que aprovamos e nem
do Ministério Público Federal,
que também endossamos.
Você encontra a entrevista na íntegra no Jornal O Dia de hoje (10).
Por: Mayara Martins e Ithyara Borges