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Discussão acirrada envolve Rede de Proteção à Família e movimento LGBT

Religiosos, advogados e pedagogos foram à Câmara para exigir a aprovação imediata do projeto que proíbe gênero nas escolas

20/04/2016 13:15

A polêmica envolvendo o projeto de lei 20/2016, da vereadora Cida Santiago (PHS), que proíbe a distribuição de livros sobre ideologia de gênero na rede municipal de ensino, chegou à galeria da Câmara Municipal de Teresina. Integrantes da Rede de Proteção à Família, formada por religiosos e profissionais como advogados e pedagogos, compareceram à Casa para exigir a aprovação imediata do projeto. 

Cida Santiago, durante a sessão, fez um pronunciamento pedindo que o projeto seja logo levado para a sanção ou veto do prefeito Firmino Filho (PSDB), já que foi aprovado pelos vereadores há várias semanas. A matéria, no entanto, retornou à Casa após o Palácio da Cidade constatar que faltava a assinatura do relator do projeto, o vereador Dudu (PT). Assim, o projeto agora está tramitando nas comissões técnicas. Cida, no entanto, acredita que a demora na nova apreciação prejudica o projeto.

Fotos: Assis Fernandes/ODIA

Encerrada a sessão, integrantes de movimentos LGTB chegaram à galeria e começaram uma discussão com representantes da Rede Proteção à Família. O presidente do Conselho Municipal LGTB de Teresina, Vitor Kozlowski, acusou a Rede de estar querendo evitar a discussão do problema nas escolas, oprimindo muitas vítimas de discriminação nos colégios. “Proibir a distribuição dos livros só vai manter a discriminação que atinge muitas crianças”, afirmou Vitor.

Cíntia Sá, advogada e militante da Rede de Proteção à Família, disse que é contra a distribuição de livros porque a discussão sobre o assunto seria inadequada às crianças. “Os livros que são adotadas pelo MEC e que podem ser usados pelos professores e escolas trazem conteúdo de erotização infantil, falando sobre masturbação, entre outras coisas. Acreditamos que crianças não estão preparadas para isso”, afirmou.

Houve discussões entre representantes dos movimentos diferentes e os ânimos se acirraram. Josailson Costa, do grupo Coisa de Nêgo e que apoia os movimentos LGTS, acusou integrantes de Rede de hipocrisia, pois as crianças têm sido vítimas de pedofilia por padres da Igreja Católica enquanto os fiéis não tomam providências.

A pedagoga Sandra Ramos, professora da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), disse que a escola não tem o direito de orientar sexualmente as crianças e que esse papel cabe aos pais. Ela frisou ainda que permitir a distribuição dos livros é um desrespeito aos pais, vai destruir a família e trazer danos emocionas e psicológicos às crianças.  “Não somos homofóbicos ou contra a opção (sic) sexual de ninguém, mas acreditamos que somente da adolescência tais assuntos devam ser discutidos”, concluiu Ramos.

Por: Robert Pedrosa - Jornal O DIA
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