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Dias quer empenho da bancada federal em prol do Piauí no governo Bolsonaro

Wellington disse que está conversando com os três senadores piauienses, inclusive com Elmano Férrer (Podemos), que o enfrentou no pleito de outubro, para fortalecer as demandas do estado junto ao Governo Federal.

09/11/2018 12:31

O governador Wellington Dias (PT) e o senador Ciro Nogueira (Progressistas) estiveram reunidos nesta sexta-feira (9), no Palácio de Karnak, para tratar sobre a liberação de recursos federais para o estado nos próximos meses. "Vamos ter uma agenda com a Caixa Econômica Federal e vamos ter uma agenda com o Ministério da Integração, para com isso garantir as condições das obras", comunicou Wellington.

O governador também afirmou que a bancada federal piauiense será fundamental na defesa dos interesses do estado junto ao Governo Federal, que a partir de janeiro de 2019 passa a ser comandado por Jair Bolsonaro (PSL), que derrotou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), correligionário de Wellington, na disputa pela Presidência da República.

O chefe do Executivo piauiense disse que, além de Ciro, também já conversou com o senador eleito Marcelo Castro (MDB) e até com o senador Elmano Férrer (Podemos), que o enfrentou nas eleições deste ano, para que haja uma força-tarefa no Senado Federal em defesa dos interesses do Piauí.

"Eu disse a ele [Ciro] que o Senado Federal tem um papel muito importante na condução de alguns temas, como a reforma da Previdência. Eu acho que a proposta que está lá não é viável. Há a necessidade de se trabalhar com a regra de cálculo atuarial, dando uma solução para agora e para o futuro. Também precisamos discutir alternativas para o país gerar renda, gerar emprego, fazer a economia crescer. Como é que a gente vai suportar medidas de equilíbrio, medidas para conter despesas, se não houver medidas para fazer a economia crescer? Daqui a pouco, toda essa economia que foi feita será consumida pela crise. Quando cai a economia cai a receita, quando cai a receita desequilibra de novo", comentou Wellington Dias.

O governador petista alertou Ciro sobre a necessidade de o Congresso evitar medidas que possam atingir os fundos de recursos para a saúde e para a educação. "Mexer nessas áreas pode causar desequilíbrios nos municípios e nos estados. Nós já estamos tratando no Supremo para reverter medidas adotadas pelo Governo Federal, que - usando a linguagem popular - metendo a mão nos recursos que pertencem a estados e municípios, por algumas medidas que foram adotadas", afirmou Wellington.

Governador diz que define reforma administrativa em dezembro, e confirma que haverá cortes

O governador falou que ainda não definiu quais pastas serão cortadas e quais serão mantidas na reforma administrativa que ele fará para o próximo governo. Mas reconheceu a necessidade de enxugar a máquina administrativa. 

"Eu não tenho ainda uma definição [da reforma administrativa]. Espero fazer isso até dezembro, para poder anunciar, mas ainda não está definida, porque nós estamos pegando essas propostas [dos partidos aliados] e fazendo contas [...] Eu tenho que adequar a estrutura do estado à realidade brasileira, por isso que vai ter corte. E tenho que adequar também à missão que vamos ter que desempenhar daqui até 2022", afirmou Wellington.

Nesta quinta-feira, na Assembleia Legislativa do Piauí, o secretário de Fazenda Rafael Fonteles informou que, nos últimos oito anos, a folha de pagamento do Governo do Estado cresceu 120%.

De acordo com o Tesouro Nacional, o Piauí vem descumprindo os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para despesas com pessoal. Conforme relatório apresentado pelo órgão, as despesas com pessoal (somando ativos e inativos) consumiu 68% da Receita Corrente Líquida do Piauí em 2017. O secretário de Fazenda, porém, discorda desses dados, argumentando que no cálculo não devem ser contabilizados os pagamentos das aposentadorias como gastos com pessoal.

Nesta sexta-feira, Wellington também disse que está recebendo de bom grado as sugestões que estão sendo feitas pelos partidos aliados para o seu quarto mandato. Na semana passada, Ciro Nogueira entregou pessoalmente uma carta em nome do Progressistas, com sugestões para enxugar a máquina, racionalizar despesas, além de elencar algumas obras que o partido considera prioritárias para o Piauí nos próximos anos. 

Na última segunda-feira, foi a vez de o MDB anunciar, após reunião de sua cúpula, que está colocando todos os cargos que possui no governo à disposição do governador, para que ele faça os cortes que considerar necessários, com vistas a alcançar uma efetiva redução de despesas na administração estadual. 

"Eu disse a ele [senador Ciro] que já tinha tratado com minha equipe sobre as propostas que os Progressistas apresentaram. Ele foi o interlocutor, como presidente do partido, entregando algumas sugestões para a gente considerar nas mudanças que queremos fazer em relação ao novo mandato. Outros partidos também estão apresentando sugestões, como o MBD, PDT, PR, PTB, dentre outros. O lado positivo é que essas propostas, apresentadas pelos partidos aliados, têm consonância com aquilo com que nós nos comprometemos na campanha, ou seja, garantir o equilíbrio e a capacidade de investimentos", concluiu Wellington.

Por: Cícero Portela
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