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Deputados do Piauí são hostilizados nas redes sociais após impeachment

Iracema Portela foi uma das criticadas pelos seus eleitores, que apoiam em sua maioria o governo federal. Fábio Abreu também recebeu críticas dos policiais militares

18/04/2016 10:56

Os perfis dos deputados federais do Piauí no Facebook foram utilizados por muitos piauienses para contestar os votos dados na noite deste domingo (17) no processo que garantiu a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Muitos parlamentares foram hostilizados, seja pelo voto sim ou pelo voto não. Foram contra o impeachment os deputados Assis Carvalho (PT), Fábio Abreu (PTB), Rejane Dias (PT), Paes Landim (PTB) e Marcelo Castro (PMDB). Votaram a favor os deputados Átila Lira (PSB), Iracema Portela (PP), Heráclito Fortes (PSB), Júlio César (PSD) e Rodrigo Martins (PSB).

A deputada Iracema Portela foi uma das criticadas pelos seus eleitores, que apoiam em sua maioria o governo federal. Antes de iniciar a votação, ela postou uma selfie com a legenda ‘presente’. Muitas pessoas comentaram a postagem, chamando a progressista de traidora e questionando se ela não tinha vergonha de votar a favor do impeachment. Alguns, entretanto, elogiaram o posicionamento da deputada.

O PP esteve na base do governo Dilma desde o início, indicando cargos importantes, inclusive no Piauí. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira, alega que não conseguiu impedir a ruptura com o governo, que foi decidida pela maioria do PP. Para justificar o voto, Iracema fez questão de destacar que estava “exclusivamente seguindo orientação do partido”.

O deputado Júlio César também foi questionado por alguns internautas. “Vamos falar sobre isso...? Como negociou seu voto, deputado?”, escreveu uma seguidora do parlamentar. Outras pessoas comentaram que ele perdeu eleitores ao se posicionar favorável ao impeachment.

Alguns internautas aproveitaram para alertar os deputados sobre as consequências do seu voto. “Estamos de olho em vocês aqui no Piauí!”, declarou um seguidor de Átila Lira. “Deputado eu assisti o seu voto. O senhor está perto de se aposentar, não é? Esqueceu o que é ser democrático?”, questionou outra pessoa.

O deputado Heráclito Fortes foi criticado por ter justificado seu voto dizendo que sofria desde 2010 por causa do PT. “É mesmo! Tadinho!”, ironizou um internauta. “Ele só falou nele, que o PT tinha feito mal pra ele”, comentou outro. Fortes, no entanto, foi um dos parlamentares mais elogiados, já que tem maioria de eleitores contrários ao Governo Federal.

Em um dos comentários no seu perfil, o deputado Rodrigo Martins foi chamado de covarde e golpista. “Tu nunca soube o que é passar necessidade na vida. Vai la... fala mais das suas filhas e não do povo! Hipócrita! Tenho Nojo de ti”, bradou uma seguidora do parlamentar.

Do outro lado, os deputados que votaram contra o impeachment também foram hostilizados. Fábio Abreu, um dos únicos parlamentares militar a dizer não ao processo, foi considerado traidor. “Traiu a classe, abandonou principalmente os PM's que o elegeram”, escreveu um internauta.

O deputado Assis Carvalho, que durante defendeu a prisão de Eduardo Cunha ao dar seu voto contra o impeachment, também não foi perdoado. “Esse ai é um dos que deveria. estar na cadeia”, comentou uma seguidora do parlamentar no Facebook.

A petista Rejane Dias, ao postar um vídeo explicando porque é contra o impeachment, também recebeu críticas. “Coitado do nosso Piauí ter alguém com o pensamento tão retrógrado como o seu. Sinto muito, mas se existe justiça, ela sai e você nunca mais entra”, escreveu uma internauta.

O deputado Paes Landim, que justificou seu voto dizendo que não encontrou indício de crime de responsabilidade, foi questionado por ter ido contra a maioria do povo. “Você está traindo seus eleitores e o Brasil, talvez por interesses próprios. Coisa de político mesmo... Perdeu a pouca credibilidade que tinha”, lamentou um seguidor.

O Ministro da Saúde Marcelo Castro, que contrariou a decisão do PMDB de abandonar os cargos do governo federal e votar pelo impeachment, não tem perfil no Facebook.

Por: Nayara Felizardo
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