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Raquel Dodge apresenta nova denúncia contra Ciro Nogueira no Supremo

Em abril, senador piauiense foi alvo de operação da Polícia Federal para apurar justamente a tentativa de calar testemunha da Operação Lava Jato.

19/06/2018 16:51

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressista, foi denunciado mais uma vez no Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República. Desta vez o congressista piauiense é investigado por suposta tentativa de compra de silêncio de um ex-assessor parlamentar.

A informação foi veiculada pelo jornal Estadão, pela revista Veja e pelo portal de notícias G1. A denúncia da PGR foi feita em caráter sigiloso.


O senador Ciro Nogueira (Foto: Luiz Alves / Agência Senado)


Segundo os veículos de imprensa citados, além de Ciro, também teriam sido denunciados no caso o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-deputado Márcio Junqueira. 

Em abril, Ciro, Dudu da Fonte e Junqueira foram alvos de uma operação da Polícia Federal destinada justamente a apurar a suposta tentativa  de comprar o silêncio de um ex-assessor que implicou os parlamentares em esquemas de corrupção investigados na Operação Lava Jato.

O ministro Edson Fachin, do STF, foi quem expediu os mandados de busca e apreensão nos gabinetes e residências dos dois congressistas.

Em depoimento à PF no início de abril, o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, deu detalhes da suposta entrega de uma mala com R$ 500 mil ao senador Ciro Nogueira.

Por meio de nota, o advogado de Ciro disse que o senador nunca recebeu dinheiro de Joesley, e que o parlamentar matinha uma relação "republicana" com o empresário.

No depoimento, Batista também deu detalhes de como ocorreu a entrega do dinheiro, a qual foi relatada inicialmente em sua delação, feita no ano passado.

Segundo o empresário, a mala foi entregue a Ciro numa garagem, em São Paulo. Joesley afirmou à Justiça que, nos últimos três anos, Ciro Nogueira destacou-se como um dos principais interlocutores políticos para tratar de interesses da J&F no Congresso Nacional.

Propina da UTC Engenharia 

O Ministério Público Federal informou, em seu site, que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, requereu na segunda-feira (18) o recebimento de uma denúncia contra o senador Ciro Nogueira por ter solicitado e recebido propina no valor de R$ 2 milhões da UTC Engenharia. 

Por meio do memorial do inquérito 4074, a PGR requer aos ministros da Segunda Turma do Supremo o recebimento de denúncia feita em 2016, na qual o parlamentar é acusado de solicitar e receber propina no valor de R$ 2 milhões da UTC Engenharia. Em troca, favoreceria a empreiteira em obras públicas de responsabilidade do Ministério das Cidades e do estado do Piauí. 

O parlamentar é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, juntamente com Fernando Mesquita de Carvalho Filho, Fernando de Oliveira Hughes Filho, Sidney de Sá das Neves e Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia. Este último, é acusado também de corrupção ativa.

A PGR também requer a decretação da perda, em favor da União, dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro, no total de R$ 2 milhões e mais a reparação dos danos materiais e morais no valor mínimo de R$ 2 milhões. Pede ainda a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo.

R$ 200 mil na casa de Ciro

Na operação realizada em abril, a Polícia Federal cumpriu nove mandados - em Teresina, Brasília, Recife e Boa Vista. Um deles foi de prisão preventiva contra o ex-deputado Márcio Junqueira (Pros), de Roraima.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Junqueira é suspeito de intermediar "o esquema [para comprar o silêncio do ex-assessor de Ciro], que inclui o pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação".

Além dos gabinetes, foram vasculhadas residências dos congressistas. E nas casas de Ciro Nogueira os policiais federais apreenderam R$ 200 mil em espécie.

O pivô da operação foi o ex-assessor José Expedito Rodrigues Almeida. Ele confessou à PF que carregava bolsas de dinheiro para os dois congressistas. Em troca, recebia o salário de servidor do Congresso.

A investigação foi mantida em sigilo. 

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