O deputado federal Assis Carvalho (PT) reafirmou que vai votar contra a proposta de Reforma da Previdência, apesar de o relator da matéria, Samuel Moreira (PSDB-SP), ter retirado o BPC e a aposentadoria rural do texto que vai ser analisado pelo Congresso nas próximas semanas. Na avaliação de Assis, da forma que está sendo apresentado, o projeto não combate privilégios e prejudica a maior parte dos trabalhadores brasileiros.
“Eu não tenho condição de aprovar uma reforma que prejudica o trabalhador urbano, que 80% deles ganha até um salário mínimo, e chamar isso de privilégio. O projeto não mexe em privilégios, e eu não posso votar prejudicando trabalhadores urbanos, que ganham dois, três salários mínimos, porque eu não posso chamar isso de privilégio. O meu voto é definido. eu voto contra a reforma na sua totalidade, sem exceção”, declarou.
Apesar de manifestar posição contrária à aprovação da reforma da Previdência, Assis Carvalho questionou o fato de o relator ter retirado os estados e municípios do texto que vai ser analisado pelo Congresso nas próximas semanas.
Foto: Jailson Doares/O Dia
“Você não pode fracionar uma lei, botando governadores e prefeitos em uma situação vexatória. Você faz uma lei para resolver uma situação com as aposentadorias federais, e joga os governadores e prefeitos na ‘jaula dos leões’, ou seja, cada Assembleia e cada Câmara Municipal vai discutir separadamente a situação. Eu já sou contra a reforma, mas é ainda mais cruel achar que o município e os estados não estão na federação”, avaliou Assis Carvalho.
Pedido de Wellington
Assis Carvalho também negou que o governador Wellington Dias esteja interferindo na posição dos parlamentares do Piauí a respeito da reforma da Previdência. Na última semana, o chefe do Executivo assinou um documento proposto pelo Fórum dos Governadores do Brasil, defendendo a necessidade de uma reforma. Para Assis, o posicionamento de Wellington é natural e compreensível.
“Ele é governo do Estado. Ele tem uma posição de governo, que tem que ser uma posição que nem sempre se confunde com a posição do PT. São coisas que temos que saber separar”, afirmou Assis.
Edição: João MagalhãesPor: Natanael Souza - Jornal O Dia