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Após anúncio de intervenção, RJ afasta Secretário de Segurança

Ainda não há informação se coronéis da Polícia Militar também serão afastados. Decisão deve ser anunciada pelo governador Pezão em entrevista coletiva em Brasília.

16/02/2018 15:13

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, será afastado das funções. A decisão foi tomada em uma reunião no Palácio Laranjeiras, que acabou por volta de 9h30 desta sexta-feira (16), em meio à crescente onda de violência. Sá, no entanto, não será exonerado do cargo de secretário e pode continuar trabalhando na área, de maneira subordinada ao interventor.

O general Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, foi escolhido como interventor militar e assume as funções de chefia na área de segurança. Uma reunião no quartel-general do Exército, em Brasília, deve definir detalhes da intervenção.

"Hoje de manhã tivemos reunião em que o governador nos comunicou (a intervenção) e naquele momento deixei, de forma muito clara, o cargo à disposição, ao governador para que essa pessoa (interventor) tenha toda liberdade escolher a quem queira designar", disse Sá ao RJTV.

Ainda não há informação se coronéis do comando da PM também serão afastados. "A extensão da medida vai ser anunciada ainda. Teoricamente, o general interventor tem liberdade para escolher (o novo secretário)".

Ele agradeceu a confiança e "doação" dos policiais durante sua gestão, se dizendo orgulhoso.

"Fui o criador do RAS, do sistema de metas, da RISP e um dos precursores da UPP. Só que acabou o dinheiro e a gente continuou até porque o Rio merecia. Essa necessidade de, no momento mais crítico da história do país e do Rio de Janeiro financeiramente, evitar o mal maior, o que foi evitado: greves foram evitadas, caos maiores foram evitados, para agora poder fazer uma transição e passar para um momento de melhora".

Carnaval: 'Polícia é surpreendida'

Sá discordou do governador Pezão, que reconheceu "falha" no planejamento de segurança durante o carnaval.

"Em termos numéricos, teve menos indicadores de criminalidade do que nos outros, com menos recurso. Claro que as imagens são impactantes e quando são feitas e divulgadas fica parecendo que está acontecendo várias vezes. Não tem instituto de segurança público mais transparente que o nosso".

"Havia um decreto em que polícias civil e militar poderiam dar nada a opor para eventos de grande monta, mas foi revogado em 2016. Hoje, polícia é surpreendida com anúncio de blocos gigantes e, sem recurso, tem que atender. Há necessidade, sim, de polícias terem voz ativa e dizer: 'Não tem condições de fazer três megablocos de 500 mil, 1 milhão de pessoas no mesmo dia. Com o recurso que temos, está no limite'".

Intervenção

O afastamento do secretário de Segurança ocorre pouco depois do anúncio da decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de decretar intervenção federal na segurança pública no Estado do Rio. O prazo da intervenção é até 31 de dezembro de 2018, último dia do governo de Pezão.

Com essa medida, as Forças Armadas assumem o comando das polícias Civil e Militar no estado. A decisão ainda terá que ser analisada pelo Congresso Nacional.

Durante a intervenção, a Constituição Federal não pode ser alterada, o que pode afetar o andamento a reforma da Previdência, que é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e tem votação marcada para a semana que vem na Câmara dos Deputados.

Dentro do governo, foi discutida a hipótese de suspender a intervenção durante a votação da Previdência, e depois retomá-la. Mas ainda não há definição sobre essa estratégia.

Fonte: G1
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