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Afastado, ministro se recusa a dar senha de telefone celular à PF

O ministro afastado também optou por ficar em silêncio, conforme orientação de sua defesa.

05/07/2018 14:54

Afastado do cargo por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro do Trabalho, Helton Yomura, se negou a fornecer à Polícia Federal a senha de acesso a um telefone celular apreendido pelos investigadores.

O registro da negativa consta do termo de declarações prestadas à PF na manhã desta quinta-feira (5), obtido pela reportagem. O ministro afastado também optou por ficar em silêncio, conforme orientação de sua defesa, que afirmou não ter tido acesso ao teor da investigação.

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, deixa a sede da superintendência da policia federal, após prestar depoimento. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

"Questionado acerca da apreensão de um aparelho telefone celular pertencente ao Ministério do Trabalho e solicitada sua respectiva senha de acesso, o declarante, por determinação de seus constituídos [advogados] e por conter informações e arquivos privados, se nega a fornecê-la neste momento, até que tenha acesso aos autos, ressaltando que o aparelho era usado também para fins particulares", registrou a PF.

Ao deixar a sede da PF em Brasília, Yomura disse que está muito surpreso com as investigações e que não há provas de seu envolvimento em quaisquer irregularidades no ministério.

Questionado sobre a afirmação dos investigadores de que ele se reportava ao presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, e à filha dele, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), Yomura disse que mantinha com os dois relações institucionais. "Meu tratamento é institucional", respondeu.

O ministro do Trabalho foi alvo, nesta manhã, da terceira fase da Operação Registro Espúrio, que mira supostas fraudes na pasta relativas a registros de sindicatos.

Segundo a PF, o material coletado nas duas primeiras fases da investigação indicaram a participação de novos atores e apontaram que "importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com indivíduos comprometidos com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas".

Na etapa anterior da operação, a PF fez buscas no apartamento de Cristiane Brasil. Ela e o pai, Roberto Jefferson, são apontados como padrinhos políticos de Yomura.

A decisão de afastar Yomura do cargo é do ministro Edson Fachin, do Supremo. A defesa informou em nota que vai recorrer da decisão para que a Segunda Turma, da qual Fachin faz parte, analise o caso.

Fonte: Folhapress
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