Home
Após dois anos sem registro de homicídios motivados por vingança, os crimes de pistolagem no Piauí voltaram ao cenário policial com a chacina ocorrida na noite desta terça-feira (18), em um povoado do município de Alegrete, onde seis pessoas foram mortas, cinco delas da mesma família.
Maria do Socorro, uma das vítimas, é suspeita de ter participado da morte de uma amiga, em outubro de 2012 e também de ter participado da morte de George Francisco de Carvalho, possível testemunha do primeiro crime ocorrido.
Esse é o primeiro crime de pistolagem registrado este ano no Estado.
O último caso havia sido o do candidato a prefeito da cidade de São Julião, o ex-vereador Emídio Reis (foto ao lado), em janeiro de 2013. Ele foi executado com dois tiros e enterrado em uma cova rasa, cavada em meio a um matagal. O corpo foi encontrado por um vaqueiro quatro dias depois do seu desaparecimento.
O crime foi motivado por uma disputa política. O vice-prefeito da cidade, Francimar Pereira, foi apontado como o mandante da execução.Outras cinco pessoas foram presas acusadas de participarem da execução.
Ainda em 2013, a esposa do empresário Epaminondas Coutinho Feitosa, morto a tiros em junho, foi presa acusada de ser a mandante da morte do próprio marido. A polícia chegou à mulher após a prisão dos executores do crime, que acusaram Antonia Andrade de ser a mandante. Ela foi presa e levada para penitenciária feminina de Picos.
Leia mais: Greco prende homem por encomendar morte do primo, em Picos
Esposa de empresário receberia R$ 400 mil
Cinco pessoas vão à juri popular pela morte de Emídio Reis
Vítima de chacina já havia sido presa por porte ilegal de armas
De acordo com
o Comandante de Policiamento do Interior, Coronel Paulo de Tarso, os crimes de
pistolagem são mais frequentes em algumas regiões do Estado, principalmente no Sul
do Piauí. “Os levantamentos apontam que aquela região se caracteriza por essa
modalidade criminosa porque é muito próximo ao Pernambuco e ao Ceará, onde
existiu o cangaço. E isso foi passado de geração para geração, onde se resolve
os problemas pela lei de Talião sem procurar os órgãos estatais”, esclareceu o
comandante.
Segundo a polícia, os crimes caracterizados como pistolagem ocorridos no Piauí são sempre esclarecidos, já que eles são motivados por interesses políticos ou econômicos. Nas investigações, segundo o Coronel Paulo de Tarso, os envolvidos, geralmente, possuem algum tipo de rixa com a vítima ou com a família, o que facilita na busca pelos suspeitos.