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Secretário de Guadalupe é preso por fraude de R$ 1 milhão em licitação

Operação Lixo de Ouro: Prefeitura contratava empresa de fachada para fazer coleta de lixo na cidade. Negócio pertencia, na verdade, à esposa do secretário.

25/07/2019 10:53

A Polícia Civil deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (24) para desbaratar um esquema de fraude em licitações para contratações de serviços públicos na Prefeitura Municipal de Guadalupe. A ação, denominada de Lixo de Ouro, culminou na prisão do secretário de Planejamento e Gestão da cidade, Williams Bonfim de Miranda; de sua esposa, a senhora Vanessa Rodrigues da Silva; e do empresário Edvan Morais.

O esquema criminoso consistia basicamente na contratação superfaturada de uma empresa para realizar o trabalho de coleta de lixo em Guadalupe. As fraudes teriam acontecido em 2017, ano em que Williams Bonfim era secretário de Infraestrutura do Município. De acordo com o delegado Thiago Silva, este contrato, firmado entre a Prefeitura de Guadalupe e a empresa de Edvan, tinha um valor de R$ 1,96 milhão e previa a prestação de serviços por apenas sete meses.

“É um valor alto demais para uma cidade com pouco mais de 10 mil habitantes e para um serviço que não duraria nem um ano. Ficou constatado ainda que o então secretário de Infraestrutura e atual secretário de Planejamento, o senhor Williams Bonfim, recebia valores de até R$ 30 mil por mês como propina paga pelo empresário, o senhor Edvan Morais, para poder fraudar os processos licitatórios”, explica o delegado.


Polícia Civil deflagrou a Operação Lixo de Ouro na cidade de Guadalupe - Foto: Divulgação

Importante ressaltar que, segundo a polícia, a empresa de Edvan pertencia, na verdade, a Vanessa Rodrigues, esposa do secretário Williams, que não podia participar da licitação por causa de seu grau de parentesco com o representante da Prefeitura. De acordo com o delegado Thiago Silva, foi por isso que Edvan assumiu o negócio.

A empresa contratada não tinha sequer sede na cidade de Guadalupe e, por conseguinte, não apresentava capacidade operacional para realizar o serviço para o qual foi contratada. Além disso, chamou a atenção da polícia o fato de a Prefeitura ter renovado o mesmo contrato com a mesma empresa no final de 2017 e no final de 2018. 

“Uma empresa recebe mais de R$ 1 milhão para coletar lixo numa cidade pequena e não tem sequer uma fachada? Isso chamou nossa atenção. Nós temos acompanhado os processos licitatórios e estamos atentos a qualquer irregularidade que eles possam aparentar, junto com os demais órgãos fiscalizadores”, reiterou o delegado Thiago.

Williams, Vanessa e Edvan ainda encontram-se recolhidos à Delegacia de Guadalupe e foram ouvidos previamente pelo delegado. De acordo com ele, os três negaram as acusações e disseram que todo o processo licitatório ocorreu dentro da legalidade. Eles serão ouvidos novamente amanhã, em uma oitiva.

O Portal O Dia está tentando contato com representantes da Prefeitura de Guadalupe para se manifestarem sobre a operação.

Por: Maria Clara Estrêla
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