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Sasc abre sindicância para apurar se educador deixou celas abertas

Segundo a coordenadora do CEM, as celas 5 e 6 do pavilhão B teriam sido deixadas abertas por um dos socioeducadores, o que teria permitido o início da rebelião.

30/08/2018 16:16

A rebelião ocorrida na tarde desta quarta-feira (29) no Centro Educacional Masculino (CEM) pode ter iniciado após um socioeducador deixar duas celas abertas, o que teria permitido o início do motim. Segundo a coordenadora do CEM, Sheila Batista, a Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) está apurando os motivos que levaram as celas 5 e 6 do pavilhão B estarem abertas antes da rebelião.

 Sasc abre sindicância para apurar se celas estavam abertas. (Foto: Jailson Soares/ O Dia)

Para a coordenadora do CEM, apesar da deficiência na estrutura do prédio, o fato das celas terem sido deixadas abertas impulsionou a rebelião. “Eles estão presos, né? E quem está preso, quer sair. Estamos averiguando se foi um descuido de um dos socioeducadores, estamos investigando para podermos identificar o responsável”, afirma.

A rebelião no CEM teve início por volta das 14h40 de ontem. Ao todo, 50 internos participam da rebelião que deixou danos na estrutura de quatro dos nove pavilhões do Centro. Os adolescentes chegaram a queimar colchões, quebraram a estrutura do prédio e arremessaram pedras por cima dos muros da instituição.

Os adolescentes arremessaram pedras por cima dos muros da instituição. (Foto: Jailson Soares/O Dia)

Ao todo, 135 jovens estavam apreendidos no momento da rebelião, sendo que o prédio possui capacidade máxima somente para 91 adolescentes. De acordo com a coordenadora do CEM, a superlotação também pode ter sido um dos fatores que motivaram a rebelião.

Na manhã de hoje (30), 58 internos foram transferidos para o Centro de Internação Provisória (CEIP), em Teresina. Devido à rebelião, as celas dos pavilhões D, I, F e B não possuem estrutura para continuar abrigando os adolescentes. Com a transferência, apenas 77 menores continuam no prédio. Segundo a coordenação do CEM, um projeto já está sendo desenvolvido para a reforma dos pavilhões.

Entenda

Uma rebelião iniciou no Centro Educacional Masculino, em Teresina, por volta das 14h30 desta quarta-feira (29).  A revolta teria começado na ala B do centro de internação. Um dos educadores do centro foi mantido refém pelos adolescentes. Eles queimaram alguns colchões e jogaram pedras por cima dos muros da unidade. 

Uma rebelião iniciou no Centro Educacional Masculino, em Teresina, por volta das 14h30 desta quarta-feira (29). (Foto: Jailson Soares/O Dia)

Após três horas do início do motim, a tropa de choque da Polícia Militar entrou no Centro Educacional Masculino para controlar a rebelião. Antes, os adolescentes rebelados negociaram o fim do motim com a juíza Maria Luíza de Moura, titular da 1ª Vara da Infância e Adolescência.

De acordo com a coronel Júlia Beatriz, que é coordenadora de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, além de exigir melhorias na estrutura do CEM, os adolescentes reivindicaram que a Justiça faça uma revisão dos processos de cada um dos internos, pois eles afirmam que muitos deles já deveriam ter sido liberados da unidade de internação. 

Por: Nathalia Amaral
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