Atualizada às 15h20
O operador de áudio da Rádio Difusora de Teresina, Jairo Brandão Neves, que matou Francisnaldo Moura de Carvalho Sousa, na última quarta-feira (01), revelou, na manhã de hoje (06), que cometeu o crime por receber ameaças de morte da vÃtima. Francisnaldo era namorado de Cláudia Inês, que mantinha um caso, ao mesmo tempo, com Jairo. O rapaz mostrou à polÃcia, ao se entregar, um vÃdeo contendo cenas de sexo entre ele e Cláudia, em que é possÃvel confirmar o envolvimento dos dois.
O delegado do 6º Distrito Policial, Edivan Botelho, ouviu o operador de áudio que se apresentou voluntariamente ao D.P. na manhã de hoje, acompanhado de seu advogado, assistiu ao vÃdeo e confirma a versão de Jairo quanto ao envolvimento com Cláudia, colega de trabalho do operador de áudio e filha de Mário Rogério, proprietário da Rádio Difusora. "Ela disse que nunca teve envolvimento com ele, no depoimento que colhemos logo após o crime, mas o vÃdeo mostra claramente que é ela, junto com Jairo", contou o delegado.
Fotos: Lina Magalhães
Jairo Brandão.
Jairo recebia ameaças de morte constantes de Francisnaldo, por ciúmes de Cláudia. "Ele ligava pra mim, na própria Rádio, e para o celular dela, quando os dois não estavam juntos, e nos ameaçava. Um dia antes da morte dele, ele ligou pra Rádio e me ameaçou, dizendo ‘De amanhã você não passa'. No dia seguinte, ele chegou para buscar a Cláudia e fez um gesto pra mim, como se tivesse com uma arma na cintura", contou Jairo ao PortalODIA.com com exclusividade.
Depois disso, o operador de áudio disse ter ido até a sala em que costumava ficar, dentro da Rádio, e pegou a espingarda calibre 12, que possuÃa desde 2009, embora nunca tivesse atirado com ela. Ele disse que a intenção não era matar Francisnaldo, apenas assustar, mas por não conhecer a arma, o disparo acertou o abdome da vÃtima. "A arma é muito forte, eu não sabia que o impacto seria tão intenso, então não segurei direito. Eu mirei entre as pernas dele, não fiz para matar, mas aconteceu", disse Jairo.
O Delegado Edivan Botelho conta que é possÃvel identificar Cláudia no vÃdeo apresentado por Jairo.
O envolvimento com Cláudia, segundo Jairo, teve inÃcio em julho do ano passado, assim que ela começou a trabalhar na Rádio. Nessa época, ela e a vÃtima haviam terminado o relacionamento recentemente; mas ainda assim, Francisnaldo sentia ciúmes e a ameaçava. O caso de Jairo e Cláudia era mantido à s escondidas, por medo da vÃtima. Os encontros Ãntimos aconteciam apenas dentro da Rádio, para evitar que Francisnaldo os visse. Jairo conta ainda que além do vÃdeo com imagens de relação sexual entre ele e Cláudia, a recepcionista da Rádio, de nome Dalva Roldão, e o irmão de Cláudia sabiam do envolvimento.
Durante os seis meses em que Jairo e Cláudia mantiveram um relacionamento, Cláudia chegou a reatar o namoro com Francisnaldo, para tentar evitar que ele chegasse a concretizar alguma violência. "Eu ainda disse a ela que denunciasse ele para a polÃcia, para evitar mais alguma coisa, mas ela tinha muito medo dele", contou Jairo. Mesmo tendo voltado a namorar a vÃtima, Francisnaldo continuou com as ameaças, motivo pelo qual acabou sendo assassinado por Jairo.
Jairo foi encaminhado à Casa de Custódia de Teresina, ao fim da manhã de hoje (06), após esclarecimentos junto ao 6º Distrito Policial. Embora não possa mais ser autuado em flagrante, vai responder pelo crime em regime fechado, por já ter sido expedido mandado de prisão contra ele.
A reportagem do PortalODIA.com conseguiu falar com o pai de Cláudia Inês, o jornalista Mário Rogério. Ele falou que sua filha não vai falar à imprensa. "Ela é uma adolescente, fez 18 anos em junho do ano passado e quero preservá-la de tudo isso", disse o jornalista.
Mário contou que também não sabia da existência do vÃdeo citado por Jairo e nem do envolvimento dos dois. "Na segunda-feira, dia 30, uma pessoa da rádio me alertou que estava acontecendo algo entre Cláudia e Jairo. Na terça-feira, eu conversei com eles e orientei que resolvesse isso e que respeitassem o local de trabalho", comentou.
Mário ressaltou que, ao contrário do que estão afirmando, Jairo não era sonoplasta, mas auxiliava como operador de áudio esporadicamente e sua principal função era alimentar o portal da rádio Difusora.
Com relação à espingarda, o jornalista ressaltou que não tinha conhecimento de que Jairo possuÃa a arma. "Se soubesse, não teria permitido, pois sou contra as pessoas andarem armadas", contou.
O jornalista também criticou a postura de Jairo, ao divulgar o vÃdeo que mostra momentos Ãntimos entre o casal, pois causou uma exposição desnecessária que não vai atenuar o crime de Jairo.
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Por: Maria Romero e Robert Pedrosa