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Polícia procura frentista que matou foliões após briga por xixi em posto

Imagens mostram funcionário, que não teve nome divulgado, atirando contra grupo após confusão no último sábado na Zona Oeste de São Paulo; veja vídeo.

06/02/2018 14:33

A polícia procura o frentista que atirou contra um grupo de foliões, matando dois deles e ferindo outro, no último sábado (3) de pré-carnaval, dentro de um posto de combustíveis na Avenida Rebouças, Zona Oeste de São Paulo. Câmeras de segurança gravaram o momento em que o funcionário saca a arma e dispara após brigar com os foliões que urinaram em local proibido (veja vídeo acima). O banheiro do estabelecimento estava interditado.

O delegado Roberto Krasovic, do 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros, pediu à Justiça a prisão temporária do frentista, que não teve o nome e imagem divulgados pela Polícia Civil.

Polícia procura frentista que matou foliões após briga por xixi em posto. (Foto: Reprodução)

O homem, que aparece usando um jaleco vermelho do posto Shell, não voltou para trabalhar após o crime. Ele poderá ser indiciado por homicídio doloso, que é aquele no qual o autor tem a intenção de matar.

Foram mortos o professor de educação física Bruno Gomes de Souza, de 31 anos, e o metalúrgico João Batista Moura da Silva, de 30 anos. O sobrevivente é o empresário Rodrigo Beralde da Silva, de 35.

Segundo amigos das vítimas, o motivo da confusão foi o fato de parte do grupo ter urinado em sacos de lixo após ter sido proibido por funcionários de usar o banheiro do local, que estava interditado.

O vídeo começa segundos antes dos disparos. Um grupo aparece discutindo com um homem de mochila nas costas. O atirador aparece caminhando, com um colete. Outro rapaz, de boné, surge apressado e empurra o homem com mochila. O frentista parte para cima e leva uma voadora. Ele cai e é agredido por outros rapazes. O frentista se levanta e atira. Outro homem saca uma arma, mas não dispara e a guarda novamente.

Até o final da tarde esta segunda-feira (5), a Polícia Civil tinha ouvido o depoimento de mais de dez testemunhas, incluindo funcionários do posto e amigos dos baleados. A investigação aguarda o laudo de um projétil retirado do corpo de uma das vítimas.

Amigos lamentam

"Tudo começou por causa de um banheiro. Foi uma brutalidade", disse a amiga e testemunha Talita Juliana Moreira Avelino. Segundo ela, parte dos funcionários do posto as autorizou a usar o local do depósito de lixo, mas, quando Bruno foi usar o espaço, foi proibido pelos frentistas. Ao voltarem para a frente do posto, começou uma briga e um homem chegou com uma arma.

Talita e o marido são amigos das vítimas e estavam com elas quando ocorreu o crime. O casal foi prestar depoimento na delegacia que investiga o caso. “Isso indigna, morrer por causa de banheiro”, lamentou Talita.

Amigos em bloco de carnaval antes do crime na Rebouças (Foto: Arquivo pessoal)

“Vi os três no chão”, recorda-se Fernando Avelino, que estava com uma atadura no braço, segundo ele, resultado da agressão que sofreu no dia. “Fui agredido com uma barra de ferro por alguém no posto.”

O dono do posto Shell na Avenida Rebouças, Carlos Duque, negou que o local tenha segurança particular. Segundo o proprietário, os frentistas não contaram a ele quem sacou uma arma e atirou no grupo de amigos que urinou em local proibido. O proprietário afirmou que está colaborando com as investigações para encontrar o assassino.

Frentistas

Segundo o depoimento de dois frentistas à Polícia Civil, as vítimas tentaram entrar em uma parte do posto onde ficam guardados sacos de lixo, para urinar. Eles conseguiram entrar na área, fecharam o portão e, quando voltaram, ocorreram os disparos.

A polícia encontrou maconha com um dos frentistas e, no escritório do posto, documentos e um celular de um homem. Segundo o gerente, são pertences deixados por um cliente no posto.

Balanço da Prefeitura mostra que foram aplicadas cerca de 100 multas nas regiões da Sé, Vila Mariana e Pinheiros para quem foi pego fazendo xixi em via pública. De acordo com a administração, foram espalhados aproximadamente 3 mil banheiros químicos nos locais de passagem dos blocos.

Fonte: G1
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