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Polícia Civil vai investigar invasão de terras na zona Leste

Denúncia protocolada na Polícia Civil aponta também o crime de estelionato praticado por um grupo que invadiu propriedade.

08/01/2020 08:21

A Polícia Civil recebeu uma denúncia e deve abrir nos próximos dias um inquérito para investigar a atuação de um grupo que invadiu uma área no loteamento Mirante dos Morros, zona leste de Teresina. O local possui grande valorização do ponto de vista imobiliário, principalmente após a inauguração da avenida Aviador Rossini Morada, um dos mais importantes corredores de tráfego da região e que liga o bairro Vale do Gavião a Avenida Presidente Kennedy. 

De acordo com a denúncia entregue ao delegado-geral Lucy Keiko, a invasão teve início no último dia 24 de dezembro e é liderada por uma mulher identificada como Elita Ferreira Gomes, que se apresenta como missionária e alega que a área possui o aval da Prefeitura Municipal de Teresina para realizar o cadastramento dos demais invasores. 

Polícia Civil vai investigar invasão de terras na zona Leste. (Foto: Reprodução)

Ainda de acordo com a denúncia, protocolada junto à Polícia Civil, a suposta missionária e seu grupo cobram taxas, que variam entre R$ 100 e R$ 200, para fazer o cadastro dos interessados em adquirir lotes e uma taxa de R$ 500 para aquisição de kits contendo madeira para construção dos barracos. Cada um dos lotes estaria sendo negociado por até R$ 1.500. 

Os comprovantes de transferências bancárias e áudios enviados por pessoas que pagaram as taxas constam no dossiê elaborado pelos denunciantes e entregue para a equipe de investigação. Além de ter recebido dinheiro de várias pessoas em sua conta poupança da Caixa Econômica Federal, Elita Ferreira negou a devolução dos valores a pessoas que, ao descobrirem o golpe, fizeram a solicitação. Ainda segundo a denúncia, pelo menos cinco veículos estariam dando apoio logístico à invasão, sendo utilizados para o transporte de material, ferramentas e alimentação. 

Os veículos também são utilizados para seguir os reais proprietários dos lotes, que já chegaram a ser ameaçados com foices, facões, machados e outras armas brancas, aponta o dossiê. Outro fator que chama atenção é que até mesmo terrenos murados estão sendo invadidos no loteamento Mirante dos Morros. 

Os líderes do movimento estariam apresentando documentos falsos, na tentativa de ludibriar os interessados em adquirir lotes. A denúncia, junto com as provas colhidas pelos proprietários dos lotes, foi protocolada junto à Delegacia Geral da Polícia Civil, que deve anunciar nos próximos dias a abertura de um inquérito para investigar a conduta de Elita Ferreira Gomes e dos outros envolvidos na invasão. Os denunciantes também pedem a Prisão Preventiva da líder do grupo, apresentando como justificativa a gravidade dos fatos e as provas apresentadas. 

Invasores cobram por ligações ilegais de água e energia

Além de invadir o terreno, o grupo liderado por Elita Ferreira Gomes também vem realizando ligações clandestinas de água e energia elétrica. De acordo com a denúncia, para a realização do serviço, o grupo cobrava uma taxa de R$ 20 de cada um dos interessados em adquirir os lotes. 

O trabalho de ligação é feito sem nenhum acompanhamento técnico e equipamentos de segurança, colocando em risco a vida dos próprios invasores e de pessoas que moram nas proximidades. Procurada pela reportagem, a Águas de Teresina, empresa responsável pelo abastecimento de água na capital, informou que “atua com fiscalizações de combate às perdas, de modo a identificar e retirar fraudes ao sistema”. 

A empresa também destacou que “acionará os órgãos policiais para a adoção das medidas cabíveis perante o crime de furto de água”. A concessionária também destaca que ligações irregulares comprometem o abastecimento e representam prejuízos à qualidade da água.

 “O consumo nessas circunstâncias chega a ser até cinco vezes superior às ligações devidamente hidrometradas e conectadas à rede pública”, diz a nota da Águas de Teresina. A Equatorial Piauí, empresa responsável pelo fornecimento de energia, também foi procurada, mas até o fechamento desta reportagem não respondeu aos questionamentos. 

Por: Natanael Souza
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