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Pelo menos 10 ossadas e cinco corpos do IML não serão enterrados

Um dos casos é o corpo de uma mulher que foi encontrado esquartejado e dentro de uma mala, em janeiro de 2014. Algumas ossadas e alguns corpos serão necessários para investigações

25/06/2016 09:55

Começou hoje o mutirão para liberar os corpos e as ossadas que se acumularam no Instituto Médico Legal de Teresina. Nem todos, entretanto, poderão ser enterrados, mesmo após a aquisição dos caixões. Pelo menos 10 ossadas e cinco corpos ainda terão que permanecer no IML para investigações.

Um dos casos é o corpo de uma mulher que foi encontrado esquartejado e dentro de uma mala, no rio Poti, em janeiro de 2014. Segundo o diretor do IML, Antonio Nunes, as partes que foram encontradas, como os membros e o útero, ainda serão utilizados para exames toxicológicos.

Fotos: Assis Fernandes/ODIA

O diretor acredita que o corpo dessa mulher ainda ficará no IML por pelo menos seis. “Até agora, só uma família do Rio de Janeiro nos procurou, pois uma parente estava desaparecida desde a época em que o corpo foi encontrado. Mas exames não confirmaram os laços sanguíneos”, disse Nunes.

No caso dos corpos, o ideal é que o trabalho de identificação seja concluído em até 30 dias, para a realização do enterro. Alguns, entretanto, já estão há mais de um ano no IML devido à falta de caixões.

Já quando se trata de ossada, Antonio Nunes afirma que deve ser mantida até a confirmação da identidade. Algumas, já estão há mais de dois anos. Ao todo, existem seis fetos, 39 corpos e cerca de 20 ossadas no IML.

Após o mutirão, o IML fará um chamamento público para tentar encontrar parentes e, consequentemente, identificar os indigentes. “Vamos divulgar fotos e características dos corpos. No caso das ossadas, o ideal era fazer uma reconstrução facial digital ou um molde de como seria o rosto daquela pessoa”, disse Antônio Nunes.

Os fetos poderão ser utilizados para alimentar o banco genético que existe no Pernambuco. “A maioria deles foi encontrado em lixões. A mãe ou o pai certamente não vão aparecer, pois não iriam assumir um crime”, afirma o diretor do IML.

Antônio Nunes acrescenta que alguns corpos não foram reivindicados pela família porque são de criminosos. “Essas pessoas já deveriam manter contato distante com os pais, talvez matado algum parente. Então, ninguém vem fazer o reconhecimento”, disse.

Para hoje, a SASC liberou quatro caixões e pretende liberar mais quatro. Ainda é necessário, entretanto, localizar as oito vagas nos cemitérios públicos para fazer o enterro neste sábado. Segundo a diretora da Unidade de Proteção Social, Daniela Travassos, o objetivo é que até quarta-feira (29) sejam entregues todos os caixões e localizadas todas as vagas nos cemitérios.


O acúmulo dos corpos do IML aconteceu devido a um impasse entre o Município e o Estado, após uma decisão do TCE, que determinou ser responsabilidade da Prefeitura de Teresina os procedimentos para enterro dos indigentes.

Até o ano passado esse trabalho era feito pela SASC. Por isso, a Prefeitura argumenta que não previu dotação orçamentária para 2016 e, portanto, não teria como fazer a compra dos caixões.

O impasse foi resolvido através de um acordo entre o TCE e os governos municipal e estadual . “Vamos fazer o trabalho este ano e a prefeitura terá que fazer a dotação orçamentária para 2017”, disse Daniela Travassos.

Por: Nayara Felizardo
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