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Mulher acusa policial militar de agressões após denúncia de racismo

A artista Kamylla Thayse denunciou irmã de PM por racismo, e afirma ter sido vítima de agressões físicas em retaliação

26/05/2017 18:14

Na manhã de ontem (25), uma mulher, identificada como Kamylla Thayse deu entrada em um hospital particular de Teresina após supostamente ter sido vítima de agressões físicas por parte de um policial militar do Maranhão. A jovem afirmou nas redes sociais ter sido agredida pelo PM, após registrar um boletim de ocorrência denunciando a irmã dele por racismo. O PM em questão seria primo da vítima.

No relato, a jovem conta que vinha sofrendo agressões verbais por parte da irmã do PM por conta da cor de sua pele. As agressões eram feitas pessoalmente e através do aplicativo whatsapp. Segundo um amigo da vítima, que não quis se identificar com medo de represálias, após serem notificados do registro do boletim de ocorrência, a família da suposta agressora passou a intimidar Kamylla.

“A tia dela (da Kamylla) já foi logo entrando na casa sem pedir permissão, perguntando que intimação era aquela que tinha chegado em nome da filha e se ela tinha algo a ver com aquilo. Ela quis obrigar a Kamylla a tirar a queixa, inclusive gritou em alto e bom som que se ela não retirasse a queixa, a Kamylla iria se arrepender”, relata.

Desde então, a jovem conta que passou a receber ameaças constantes da tia e do primo. Na manhã de ontem (25), o primo que é policial militar, ao retornar do serviço, teria ido até a casa da vítima para “tentar resolver a situação de uma vez”. Segundo o amigo da artista, o PM adentrou a casa e agrediu a vítima com um soco no rosto.

“Ela deslocou o maxilar e os óculos caíram no chão. Ela ficou procurando os óculos no chão e pedindo para ele sair da casa. A mãe da Kamylla que é diabética e hipertensa começou a passar mal. Então, ele deu uma chave de pescoço na Kamylla, torceu o braço dela até quebrar e a jogou no chão. Foi quando os vizinhos ouviram e chegaram para intervir”, conta.

O amigo informou ainda que Kamylla registrou outro boletim de ocorrência, desta vez contra o primo por agressão física e que entrou com um pedido de medida protetiva junto à Delegacia da Mulher de Timon. Kamylla Thayse está internada em um hospital particular da capital e passará por cirurgia amanhã (27).

Outro lado

O acusado de ter cometido as agressões físicas contra Kamylla Thayse também postou um texto nas redes sociais se defendendo das acusações. Segundo ele, as agressões foram em legítima defesa. O policial conta que havia ido à casa da mulher para fotografar as condições nas quais a mãe dela era submetida. Ainda de acordo com ele, as fotos seriam usadas para denunciar Kamylla por maus tratos.

"Ela que tentou pegar a arma em minha cintura, atracou-se comigo e me vi obrigado a imobilizá-la com uma gravata e disse que a levaria para a delegacia. Enquanto eu a segurava, ela jogou o peso de seu corpo de uma vez ao chão e escutei o estralo do braço dela, saí e pedi que os vizinhos chamassem uma ambulância", defendeu-se o policial.

Por: Nathalia Amaral e Maria Clara Estrêla.
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