Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

"Minha vida está destruída", diz vítima de tiroteio na Banda Bandida

Paulo Rodrigues, ferido por um ex-cabo do Exército, passou por três cirurgias no intestino, uma na perna e vive com uma bala alojada na coluna.

19/04/2018 11:42

Paulo Rodrigues, principal vítima do tiroteio na Banda Bandida, em janeiro deste ano, afirmou que está com "a vida destruída" após o ocorrido. Atingido por quatro disparos de arma de fogo, ele teve que passar por três cirurgias no intestino e uma na perna, alem de viver com uma bala alojada na coluna.

O ex-cabo Wanderson Lima Fonseca, responsável por efetuar disparos, participará de audiência de instrução nesta quinta-feira (19). A Justiça irá colher o relato das testemunhas de defesa e acusação para decidir se o cabo será levado ou não a júri popular pelo crime de tentativa de homicídio.

Antes de audiência, a vítima conversou com a imprensa. "Hoje sou uma pessoa dependente pra fazer tudo. Preciso de ajuda para tudo, até para beber água. Vivo numa cadeira de rodas, porque perdi o movimento da perna esquerda. Perdi também uma parte do intestino e me dói saber que eu não tinha nada a ver com confusão, nem sequer conhecia ele (o ex-cabo), e tenho que pagar desse jeito", afirmou.

A tese sustentada pela defesa é a de que Paulo, a vítima, iniciou a confusão que terminou em empurra-empurra e nos tiros. Segundo o advogado Marcos Vinícius Brito, Wanderson, agiu em legítima defesa após ser agredido no rosto por Paulo e só sacou arma para se proteger. "Ele era um militar na ocasião, e a partir do momento em que foi atacado, ele tinha a obrigação de defender seu nome e sua farda. Foi o que fez. E sim, ele agiu no calor do momento, foi motivado pela emoção, mas houve uma provocação antes por parte da vítima e isso será devidamente provado", afirmou o advogado de Wanderson.

Paulo rebateu a versão da defesa de que ele teria iniciado a briga e que o cabo atirou em legítima defesa. "Quem começou a briga foi um amigo dele. No empurra-empurra, ele sacou o revólver e mirou pra onde eu estava. Como isso é legítima defesa? Atirar em uma pessoa quatro vezes?", questionou.

Segundo o promotor Ubiraci Rocha, Wanderson pode pegar de 12 a 14 anos de reclusão, se condenado por tentativa de homicídio qualificado.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Maria Clara Estrêla
Mais sobre: