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Enterro de menor assassinado no CEM acontece no final da tarde

"Desculpa por não tem enterrar em Castelo", diz mãe do adolescente.

17/07/2015 13:51

No momento em que a família aguardava a chegada do padre, antes de fazer o sepultamento, a mãe de Gleison chorava bastante e chegou a pedir desculpas ao filho por não enterrá-lo em Castelo do Piauí. "O tanto que eu te avisei.... me desculpa por não te enterrar em Castelo", disse ela.

Fotos: Cícero Portela/ODIA

Maria Francisca Vieira, de 65 anos, tia de Gleison, jogou algumas flores em cima do caixão e disse que foi melhor fazer o enterro em Teresina. "A gente decidiu enterrar aqui mesmo porque quanto a família estava saindo de Castelo, hoje, algumas pessoas disseram que se levasse o corpo para lá iam tocar fogo", disse.

Atualizada às 17h50

A mãe de Gleison Silva chegou a Teresina por volta das 16h e foi direto para o IML, onde fez o reconhecimento do corpo e já liberou para o enterro. O caixão saiu em um carro da funerária direto para o cemitério Santa Cruz, na região do Promorar, zona Sul de Teresina. Participaram do enterro a mãe, o padrasto, a irmã e uma tia do adolescente.

O padrasto e a mãe foram em carros separados e demoraram para chegar ao cemitério, o que preocupou os assistentes sociais. Muitas pessoas começaram a chegar ao local e somente quatro policiais e alguns seguranças faziam o reforço para evitar tumulto.

Atualizada às 17h

A mãe de Gleison Silva é quem está vindo de Castelo do Piauí para fazer o reconhecimento e liberar o corpo do filho, assassinado na madrugada desta sexta-feira (17) pelos outros três envolvidos no estupro coletivo contra quatro adolescentes no dia 27 de maio. A mulher, que está grávida, saiu por volta do meio dia do município e está sendo trazida com o auxílio da prefeitura.

Mais cedo, a assistente social do município de Castelo do Piauí, Ticiane Cavalcante, esteve no Instituto Médico Legal para conseguir a liberação do corpo, mas o procedimento não foi aceito pelo IML, que exigiu a presença de um familiar.

Segundo o diretor de atendimento socioeducativo da Sasc, Anderlly Lopes, ela será recepcionada por assistentes sociais da Secretaria de Assistência Social e do Centro Educacional Masculino. A equipe vai conversar com a mãe e explicar os riscos de levar o corpo para ser enterrado em Castelo do Piauí. “Acreditamos que seja melhor velar e enterrar o corpo em Teresina, pois existe maior aparato policial, mas a decisão é da família”, disse o diretor.

De acordo com o diretor do IML, Marcos Antônio de Araújo, a perícia ainda não foi feita e o corpo de Gleison está em uma geladeira para se manter conservado. “Faremos um exame de DNA com o material colhido da vítima e dos outros três adolescentes para confirmar a autoria do crime”, disse o diretor.

Doutor Marcos Antonio de Araújo, diretor do IML em Teresina - Foto: Elias Fontenele/O Dia

O material será colhido embaixo das unhas de Gleison, onde podem ter ficado resquícios da pele dos outros, devido à provável luta corporal. “O resultado do laudo cadavérico deverá sair no final do dia. A princípio, podemos visualizar que houve agressões muito fortes. Existe uma fratura na parte esquerda do crânio, que pode ter sido a causa da morte”, adianta Marcos Antônio.

Por: Nayara Felizardo, Maria Clara Estrêla, Cícero Portela e Ithyara Borges (estagiária)
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