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Juíza condena envolvidos na morte de major a mais de 30 anos de reclusão

Acusados foram condenados por latrocínio e latrocínio tentado pela morte do major Mayron e a tentativa de assassinato do filho dele.

06/09/2017 15:27

A juíza Junia Maria Fialho, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, condenou, nesta terça-feira (05), os envolvidos na morte do major Mayron Moura, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar de Teresina, a 33 anos de reclusão. Iranilson Pereira dos Santos e Wallison Jhonatan Rodrigues de Sousa foram condenados pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), no caso da morte do major, e latrocínio tentado, por terem disparado contra o filho do policial.

Durante a audiência, os envolvidos confessaram a participação de ambos no crime e relataram como o fato ocorreu, afirmando que, além do disparo efetuado contra o policial, outros dois disparos foram realizados durante o assalto. Sendo assim, a partir dos depoimentos, a juíza relacionou a confissão com o relato da segunda vítima de que os disparos teriam sido efetuados em sua direção.

Wallison Jhonatan Rodrigues de Sousa é acusado de ser autor do disparo que matou major Mayron. (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Além disso, a magistrada desconsiderou a desclassificação do delito de latrocínio para homicídio simples. Para ela, há a demonstração do intento de subtrair os bens da vítima, não sendo possível, portanto, desclassificar para homicídio simples. Outro ponto descartado pela juíza foi a tese da defesa de que Iranilson teria tido uma participação menor no delito. Na sentença, a juíza declara que houve uma nítida divisão de tarefas entre eles. 

“O próprio acusado Iranilson, informou que, após passarem pelas vítimas, Wallison pediu que retornasse, tendo sido feito. Desta forma, o ato de pilotar a motocicleta, não pode ser desconsiderado, ou diminuída sua importância. Salientando que a motocicleta lhe pertencia, mais um elemento que demonstra a gravidade de suas ações, sendo estas de execução direta”, destaca.


Iranilson Pereira usava tornozeleira eletrônica e foi preso dentro de casa com a motocicleta utilizada no roubo. (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Sendo assim, a juíza Junia Maria Feitosa Bezerra Fialho desferiu, para ambos, a pena de 33 anos e 4 meses de reclusão. Contudo, por estarem detidos desde o dia 21 de março deste ano, com 05 meses e 15 dias de pena cumprida, os acusados deverão cumprir 32 anos, 10 meses e 15 dias. Por ser um crime considerado hediondo, faz-se necessário o cumprimento de, no mínimo 2/5 (dois quintos) da pena aplicada, resultando em 13 anos e 04 meses de detenção.

Entenda o caso

O comandante do 1º BPM, Major Mayron Moura, foi assassinado na noite do dia 21 de março na região da Usina Santana, enquanto esperava a filha em uma parada de ônibus. O major foi abordado por dois homens em uma motocicleta, e mesmo após entregar os objetos foi alvejado e morreu no hospital. Ainda na noite do crime, a Polícia Militar conseguiu prender o primeiro acusado de participar do latrocínio, identificado como Iranilson Pereira. O acusado usava tornozeleira eletrônica e foi preso dentro de casa com a motocicleta utilizada no roubo.

Comandante do 1º BPM foi assassinado na noite do dia 21 de maio, na região da Usina Santana. (Foto: Arquivo O Dia)

Em um vídeo divulgado pela polícia, o acusado confessou a participação no crime. Iranilson era quem pilotava a moto no momento do assalto, mas na ocasião afirmou que quem atirou contra o major foi o seu comparsa, identificando como Wallison Jhonatan Rodrigues de Sousa. 

Na tarde do dia seguinte ao latrocínio, Wallison se entregou na Delegacia de Homicídios. O acusado já era procurado pela Polícia Civil por ter matado uma outra pessoa no dia 19 de janeiro na Taboca do Pau Ferrado. A informação foi dada pelo coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Francisco Baretta.

Em seu depoimento, Wallison confessou a autoria do disparo que tirou a vida do major Mayron e disse que só atirou porque ficou nervoso ao ver o PM esboçar uma reação e ameaçar sacar a própria arma. Em diligências na sua casa, a polícia encontrou uma arma calibre 12 de fabricação caseira, um simulacro e um revólver calibre 38 utilizado no latrocínio do major Mayron. Também foram apreendidas munições, R$ 106,00 e o celular funcional do major, que estavam enterrados no quintal da residência de Walisson. Segundo o delegado Baretta, ele pediu que sua mulher desse um fim nos objetos, e ela os enterrou naquele local.

Por: Nathalia Amaral
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