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Juiz decreta prisão preventiva de alvo da operação Escamoteamento

Empresário é acusado de ter envolvimento em crimes contra a administração pública, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

09/09/2018 15:05

O juiz da Vara Única da Comarca de Cocal, Carlos Augusto Arantes Júnior, decretou na última quinta-feira (7), a prisão preventiva de um dos alvos da operação Escamoteamento, ação que tinha como objetivo desarticular um esquema de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos. O acusado é o empresário Francisco Fausto de Oliveira Neto, proprietário da empresa Ágile, supostamente envolvido em crimes contra a administração pública, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa, ocorridos no Município de Buriti dos Lopes. 

De acordo com o magistrado, o acusado é apontado como um dos participantes de um esquema em que empresas sem qualquer capacidade operacional foram beneficiárias de licitações fraudulentas, inclusive simuladas, e posteriormente, teriam fornecido notas fiscais de serviços sem sua correspondente e adequada contraprestação, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens com desvios de recursos públicos do município de Cocal, Piauí, no período de 2013 a 2016.

Durante a investigação teria sido descoberto um vínculo entre o empresário e outro homem identificado como Carlos Kenede, conhecido como Carlinhos Pezão, "comprovadamente o líder da organização criminosa, que geria empresas da Serra da Ibiapaba com o intuito de direcionar licitações para o desvio de recursos públicos", diz o documento judicial. As investigações apontam que Carlos Kenede teria recebido da empresa Ágile, por meio de transferências bancárias, no ano de 2013, o valor de R$ 362 mil.

Ainda de acordo com o magistrado, após quebra de sigilo bancário e fiscal, teria sido comprovado que a empresa teria recebido dinheiro público, sendo que todo valor depositado na conta da empresa era sacado quase que integralmente. "Chama-se atenção para o fato da empresa ÁGILE ter recebido valores elevados de alguns municípios piauienses, em que pese sequer existir faticamente. Ou seja, como se explica uma empresa que não possui sede, veículos e empregados registrados ter movimentado, entre 01/01/2013 e 31/12/2015, a quantia de R$ 9, 9 milhões", destaca.

Com isso, o juiz decidiu pela prisão preventiva do empresário, considerando a materialidade dos crimes investigados e de autoria. Além disso, o magistrado destacou ainda que o acusado representa um risco à ordem pública, por ser suspeito de envolvimento em um esquema desenvolvido de forma "habitual, profissional e sofisticada".

Por: Nathalia Amaral
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