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Juiz aposentado, advogados e agrimensor são presos acusados de grilagem

Operação Sesmaria desbaratou organização criminosa que aumentava área de terrenos e forma irregular e, então, legalizava para vender.

03/03/2017 08:31

Atualizada às 9h59min

O advogado Manoel de Sousa Júnior e o agrimensor José Robert Leal Rocha deixaram a sede da GAECO, localizada no bairro Jockey, zona Leste de Teresina, com destino ao Instituto Médico Legal, para passar por exames de corpo de delito. 

Os dois prestaram depoimento aos policiais e investigadores do Ministério Público, e foram levados em viaturas da Força Tática. Após o exame, serão levados para a sede do Corpo de Bombeiros, onde ficarão detidos.

O juiz aposentado Cícero Rodrigues e o advogado Lincoln Hermes Saraiva Guerra ainda estão na sede do GAECO e deverão ser transferidos em viaturas do Rone após a conclusão dos depoimentos.

Iniciada às 8h31min

Um juiz aposentado e dois advogados e um agrimensor foram presos na manhã de hoje pelo  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO, juntamente com a Polícia Civil do Piauí. Chamada de Operação Sesmaria, a ação desbaratou uma organização criminosa responsável por grilagem de milhares de hectares de terras, no sul do Piauí.

Os presos pela operação são os advogados Manoel de Sousa Júnior, Lincoln Saraiva, o agrimensor José Robert Leal Rocha, e o juiz aposentado e advogado Cícero Rodrigues. De acordo com a investigação, o juiz usava de seu cargo e influência para aumentar terrenos e legalizar as terras ampliadas. As medições eram feitas sem que nenhum advogado ou técnico sequer fosse até o local do terreno, e aumentavam as áreas em até 800%. 

Entre os terrenos que foram alvo da quadrilha estão terras tanto do estado como de terceiros. As terras eram vendidas para produtores da região sul do Piauí sem que eles soubessem que era fruto de ação ilegal. 

OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Piauí - divulgou nota sobre a prisão dos três advogados:

Sobre a prisão de três advogados na manhã desta sexta-feira (03) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, vem a público informar que a Comissão de Defesa das Prerrogativas do Advogado está acompanhando o caso a fim de garantir que sejam resguardados os direitos profissionais da advocacia, previsto na Lei Federal nº 8.906/94.

Sabe-se que eventuais infrações ético-disciplinares merecem apuração rigorosa por parte da OAB-PI. Assim como cabe a esta Instituição garantir aos advogados o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como defender suas prerrogativas, uma vez que toda a advocacia está sendo atingida neste momento.


Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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