A cidade de São Raimundo Nonato está
indignada com a morte de uma jovem na madrugada do último domingo (11). Noeme
Oliveira Braga Neta deu entrada no Hospital Regional Senador Cândido Ferraz com
altos níveis de álcool no sangue, e sofreu um infarto logo após ser socorrida.
A família da moça pede uma investigação mais detalhada da polícia sobre o caso,
principalmente após o vazamento de conversas em grupos de Whatsapp, com
comentários depreciativos sobre Noeme e divulgação de imagens constrangedoras
da jovem enquanto bebia.
O PortalODIA entrou em contato com a diretoria do Hospital de São Raimundo Nonato, e foi informado que Noeme deu entrada às 23h50min do sábado (10), com um quadro grave de embriaguez. O médico Rogério Araújo, diretor do hospital, relatou o ocorrido: “Ela foi deixada aqui por uma pessoa em um carro, sendo imediatamente socorrida pelos enfermeiros. A moça apresentava crises convulsivas e níveis etílicos altíssimos. Diante disso, o coração não aguentou, e ela sofreu um infarto vindo a óbito na madrugada”.
O hospital foi informado pela família de Noeme que ela tinha problemas na glândula tireoide e isso lhe causava arritmia cardíaca. Como a jovem sabia que não podia beber, e diante das mensagens vazadas, em que um grupo de rapazes faziam comentários depreciativos sobre Noeme, sua família pediu à polícia que apurasse os momentos que antecederam a entrada no hospital.
A delegada Cíntia Vasconcelos, titular do DP de São Raimundo Nonato, disse que já identificou os jovens que acompanhavam Noeme antes dela passar mal. Tratam-se de dois adolescentes que estavam bebendo em uma praça. À polícia, eles falaram que a jovem se aproximou do grupo e começou a ingerir bebida alcoólica espontaneamente.
“Ao que consta, eles não a conheciam. Ela se aproximou e eles não ofereceram resistência, por não saberem dos problemas de saúde dela. Ficou claro também que houve exageros das duas partes: tanto a moça quanto os rapazes ingeriram grande quantidade de álcool a ponto de perderem a noção daquilo que faziam”, explica a delegada.
Sobre as fotos de Noeme, Cíntia Vasconcelos explica que elas foram tiradas num momento de vulnerabilidade, e que os rapazes as fizeram tendo ciência disso. “Os comentários depreciativos no Whatsapp também mostram que eles levavam tudo na brincadeira, denegrindo a imagem da moça sem imaginar que a história já tinha um fim trágico. A moça já havia morrido e eles não sabiam. Quem prestou socorro foi um homem que a viu passando mal na praça”, explica a delegada.
Os adolescentes foram ouvidos no começo da semana e liberados após o depoimento, mas, de acordo com a delegada Cíntia, eles vão responder na Justiça por ato infracional contra a honra, pela divulgação das imagens de Noeme, e os comentários feitos a seu respeito.