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IML erra atestado e família tenta há cinco dias corrigir documento

Diretor do IML está afastado e família não consegue resolver problema. Médico teria dito que só vai corrigir erro no seu próximo plantão.

09/06/2017 10:29

Uma família está passando por uma verdadeira via crucis para conseguir com que o Instituto Médico Legal (IML) corrija um documento público que foi preenchido de forma errada.

Trata-se do atestado de óbito de Edilson Santos Silva, que morreu aos 38 anos num acidente na BR 316, por volta das 5 horas da manhã do último domingo (4).

Vânia Oliveira, prima de Edilson, afirma que o médico-legista que realizou o exame cadavérico preencheu o atestado informando que o local do acidente ocorreu no perímetro do município de Demerval Lobão. No entanto, consta no documento que o acidente ocorreu no km 22 da BR 316, trecho que pertence ao município de Teresina.

Por conta deste erro, a família de Edilson não está conseguindo emitir a certidão de óbito no cartório de Demerval nem nos cartórios de Teresina.

Desde segunda-feira familiares de Edilson vão ao IML diariamente em busca de uma solução para o problema, mas os funcionários informam apenas que o diretor-geral, Janiel Guedes, está afastado para cuidar de problemas pessoais. 

Além disso, os familiares já teriam pedido que os funcionários do IML entrassem em contato com o médico que preencheu o atestado de óbito, mas ele teria dito que só vai corrigir o documento no seu próximo plantão no instituto. "Nos informaram que o diretor [do IML] está com problemas pessoais, e não tem ninguém que substitua ele. O doutor que preencheu disse que não vai até o IML para consertar [o atestado], que só vai lá daqui a 15 dias, e que não adianta ninguém levar o documento até ele porque nem assim ele vai corrigir. Falou para nós esperarmos o próximo plantão dele", relata Vânia Oliveira.

A prima de Edilson acrescenta que a empresa onde ele trabalhava está pedindo que a família providencie a certidão de óbito até a próxima quarta-feira, para que possa realizar a rescisão do contrato de trabalho. "O cartório de Demerval Lobão não aceitou o atestado porque o trecho onde aconteceu o acidente fica, na verdade, em Teresina. Já os cartórios de Teresina também não aceitam o documento porque consta que o acidente ocorreu em Demerval. Aí a gente fica sem poder resolver nada. Lá no IML não tem ninguém que possa resolver nosso problema. Só tem os atendentes, que têm muita boa vontade mas não podem resolver nada", denuncia Vânia Oliveira.

O portal O DIA entrou em contato com o IML e, de fato, a funcionária que atendeu o telefonema informou que o diretor-geral não estava presente. 

A secretária de Janiel Guedes também falou com a reportagem. Ela confirmou que nos últimos dias ele tem ido menos ao local porque está dando assistência a um familiar muito próximo que passa por problemas de saúde. Ela disse, ainda, que já informou o número do celular do diretor à família de Edilson, para que entrem em contato diretamente com ele, de maneira a conseguir uma solução mais rápida para o imbróglio.

Família reclama que PRF não estaria investigando circunstâncias do acidente

Edilson Santos Silva faleceu ao colidir com a traseira de um caminhão que estava parado na BR 316 sem qualquer sinalização, por volta das 5 horas do último domingo. A vítima, que estava de motocicleta, não conseguiu ver o veículo de carga a tempo de realizar a frenagem.

A família de Edilson também reclama que a Polícia Rodoviária Federal não estaria investigando as circunstâncias do acidente. 

"O motorista do caminhão não colocou nem um galho de árvore pra sinalizar que o veículo estava quebrado. Meu primo ia de Demerval para Teresina e acabou batendo na traseira do caminhão, porque não viu a tempo de frear. Ele ainda tentou desviar, mas bateu bem no canto", detalha Vânia.

Ela diz que Edilson era um homem muito batalhador, e que sempre ajudou a família. "Meu primo era uma pessoa muito querida, tanto no trabalho quanto na família. Ele morou durante seis anos em São Paulo e sempre ajudou os pais. Já tinha casa, tinha um terreno para montar uma oficina mecânica em Agricolândia, que era o sonho dele. Infelizmente, ele realizou alguns sonhos mas outros não conseguiu", lamenta a prima da vítima.

A Polícia Rodoviária Federal esclareceu que a investigação do acidente é uma competência da Polícia Civil. "Nós realizamos a confecção do Boletim de Acidente de Trânsito (BAT), relatando como e quais circunstâncias o acidente aconteceu. A investigação do acidente é realizada pela Polícia Judiciária, qual seja, a Polícia Civil", informou a PRF.

"Em caso de acidentes com vítimas fatais, solicitamos a perícia da Polícia Civil, que vai levantar informações para realizar a investigação da morte [...] Caso a família ainda tenha dúvidas acerca dos procedimentos, solicitamos que procure-nos na Superintendência da PRF, na Avenida João XXIII. Compreendemos a dor da família e estamos sempre a disposição para ajudar", conclui a PRF.

Por: Cícero Portela
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