Familiares dos presos da Casa de Custódia passaram o final
de semana apreensivos, após informações de que os detentos estão sem água desde
segunda-feira (22). A denúncia foi feita ao Portal O DIA pelos parentes dos presos e
confirmada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários. Já a Secretaria de
Justiça afirma que a situação foi resolvida.
De acordo com a esposa de um detento, o problema foi relatado pelas mulheres que visitaram parentes no Pavilhão B na última sexta-feira (26). “Elas disseram que ouviram os presos do Pavilhão C gritando, batendo nas grades e pedindo por água até pelo amor de Deus”, conta a esposa, que não quer se identificar.
Preocupadas, as mulheres decidiram se reunir amanhã (29) para procurar a Defensoria Pública e acionar os direitos humanos. “São errados sim! Mas são humanos. Ali tudo sobra pra eles”, lamenta a esposa.
Segundo Kleiton Holanda, representante do Sinpoljuspi, o problema da falta de água teve início no começo da semana, mas se agravou há quatro dias e não atinge apenas um pavilhão. A situação está sendo amenizada pelo Corpo de Bombeiros, que abastece a caixa do presídio.
A medida paliativa foi tomada até que a situação seja resolvida definitivamente. “A bomba de abastecimento queimou e custa R$ 2 mil, mas a Sejus ainda não comprou outra”, denuncia Kleiton Holanda.
Os banhos, de acordo com o Sinpoljuspi, devem acontecer pela manhã, antes do almoço e depois do jantar. Com a falta de água, os detentos estão tomando banho apenas à noite. “Se isso não for resolvido logo no começo dessa semana, pode haver uma rebelião. A situação está tensa”, alerta o sindicalista.
Em nota, a Sejus negou as denúncias. “A bomba deu problema ontem, mas foi consertada no mesmo dia. O gerente tenente Jean Carlos Bezerra acionou o Corpo de Bombeiros imediatamente para dar suporte. Dessa forma, em nenhum momento faltou água”, garantiu a assessoria do órgão.
A Casa Custódia tem aproximadamente mil presos, muito acima da capacidade.
Por: Nayara Felizardo