Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Ex-PM acusado de matar Camilla Abreu ainda recebe salário de policial

Quase oito meses depois do crime, o capitão Alisson Wattson continua detido no Presídio Militar, mesmo após ser exonerado pelo governador.

06/06/2018 13:17

O ex-capitão Alisson Wattson da Silva Nascimento, réu confesso no assassinato da estudante Camilla Abreu em outubro do ano passado, continua recluso no Presídio Militar e incluso da folha de pagamento da Polícia Militar, mesmo após oito meses de sua prisão e quatro meses de sua expulsão da PM. Alisson foi exonerado em maio pelo governador Wellington Dias (PT), que seguiu o parecer da Procuradoria Geral do Estado e o considerou indigno de ocupar a função.

Imagem relacionada

A informação de que Wattson continua preso no Quartel do Comando Geral e incluso na folha de pagamento foi repassada à reportagem pelo Promotor de Justiça Benigno Filho, titular da 13ª Promotoria, que representa o Ministério Público no caso. 

O relato do promotor foi confirmado pela assessoria da Polícia Militar, que ainda aguarda um documento da Justiça determinando a transferência do policial para outro presídio. "Ele só pode sair da folha com um documento da Justiça determinando o deslocamento dele", informou a assessoria da PM sobre o pagamento do salário para o ex-capitão.

Procurado pela reportagem, o Governo do Estado se isentou de manifestação e disse que após a exoneração assinada por Wellington Dias, o processo foi encaminhado ao Tribunal de Justiça, cabendo ao órgão dar o devido prosseguimento.

A reportagem procurou a assessoria do Tribunal de Justiça, que declarou que a exoneração de Allison Wattson se deu automaticamente após a assinatura pelo governador e que só poderia agir se tivesse sido acionado. Quando questionado a respeito do documento que a PM diz aguardar, ou seja, da notificação oficial sobre a exoneração do capitão e sua transferência do Presídio Militar, o Tribunal ainda não se manifestou.

Para o promotor Benigno Filho, a situação é revoltante. “A família se revolta é porque ele continua ainda com a patente de oficial da Polícia Militar, preso num quartel especial com todas as regalias do caso e não está trabalhando. E isso desde outubro. Oito meses que o crime foi cometido por ele, um autor confesso, e crime bárbaro”, declarou o promotor.

De acordo com informações do Portal da Transparência, o ex-capitão recebeu, no mês de fevereiro, um salário bruto de R$ 9.275,69, referente ao mês de janeiro. Os meses seguintes ainda não estão disponíveis no site.

A expectativa é que Alisson Wattson vá a júri popular até o mês de agosto e o principal receio da promotoria é que isto aconteça com o réu ainda sem ter sido oficialmente retirado do cargo.

Por: Maria Clara Estrêla
Mais sobre: