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Estado terá que pagar R$ 60 mil a família de acusado de estupro de coletivo

Valor é indenização por danos morais. No entendimento do juiz Leonardo Brasileiro, o Gleison Vieira foi morto quando estava sob tutela do Estado.

20/02/2019 12:17

O Estado foi condenado, no último dia 14 de fevereiro, a pagar uma indenização de R$ 60 mil para a família de Gleison Vieira da Silva (foto ao lado), adolescente apreendido por envolvimento no estupro coletivo de quatro jovens em Castelo do Piauí e que foi assassinado dentro das dependências do Centro Educacional Masculino (CEM).

A sentença foi proferida pelo juiz Leonardo Brasileiro, da Vara Única da Comarca de Castelo do Piauí. Foi o magistrado quem conduziu todo o processo que resultou na apreensão e condenação dos quatro adolescentes pelo crime. No entendimento do juiz, o Estado deverá pagar uma indenização por danos morais à família de Gleison, justamente por ele ter sido assassinado quando estava sob a tutela do poder público, sitiado no CEM.

Leonardo Brasileiro pontua: “a parte autora comprovou que o detento estava sofrendo ameaças e, por outro lado, a requerida não comprovou qualquer atitude apta a evitar a morte ou eventual socorro prestado com o fito de reverter a situação”. O magistrado considerou o valor de R$ 60 mil “suficiente para satisfazer a reparação da lesão experimentada pela parte autora e para coibir a prática de outras condutas ilícitas semelhantes pela parte ré”.

Gleison Vieira da Silva foi assassinado em julho de 2015 pelos companheiros de alojamento dentro do CEM. Eles também cumpriam medida socioeducativa por envolvimento no estupro coletivo praticado contra quatro jovens em Castelo, em maio daquele ano. Gleison teria colaborado com a polícia e entregado os demais envolvidos, além de ter contado detalhes de como tudo aconteceu e isso, segundo apurou a polícia na época, teria sido a motivação de seu assassinato.

O crime

As quatro adolescentes  foram amarradas, abusadas sexualmente e depois jogadas do topo do Morro do Garrote, de uma altura de mais de 10 metros. Na noite do dia 27 de maio de 2015. Elas foram encontradas por populares, socorridas e encaminhadas às pressas para Teresina em estado gravíssimo. Uma delas, de nome Danyelle Feitosa, não resistiu aos ferimentos e morreu uma semana depois.

Os adolescentes envolvidos foram apreendidos horas depois e tiveram que ser escoltados até a Capital por conta da revolta dos populares com a crueldade do crime praticado. Eles tentaram invadir a delegacia de Castelo e fazer justiça com as próprias mãos. Os jovens apontaram Adão José de Sousa, à época com 40 anos, como sendo o mentor do estupro coletivo. Ele foi condenado a mais de 100 anos de prisão em fevereiro do ano passado.

Por: Maria Clara Estrêla
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