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Empresário é condenado a 50 anos de prisão por tortura e assassinato

Para a Justiça, ficou comprovado que Abraão Rodrigues Viana Filho tinha ligação com o bando do ex-coronel Correia Lima.

06/09/2016 11:24

A Justiça Piauiense condenou, nesta segunda-feira (05), o empresário teresinense Abraão Rodrigues Viana Filho a 50 anos de prisão pelo sequestro, tortura e morte de Einaldo Liberal Xavier Júnior e Hélio Araújo Silva. O crime ocorreu no dia 06 de abril de 1998 e teve como executores integrantes do bando do ex-coronel José Viriato Correia Lima. A informação é do promotor de Justiça João Malato, que atuou na acusação do réu. O empresário estava foragido desde o ano do crime e foi recapturado apenas em 2013, no Rio de Janeiro. Desde então aguardava o julgamento em Teresina.

Abraão Filho foi condenado por homicídio triplamente qualificado (por uso de requintes de crueldade, uso de recursos que impossibilitavam a defesa das vítimas e motivo torpe), sequestro e cárcere privado. O promotor Malato deu detalhes de como o crime ocorreu: “O Hélio ela cunhado do Abraão e teria dado um desfalque na firma dele. Por vingança, o empresário, que tinha ligação com o crime organizado, encomendou a execução junto ao ex-coronel”.

No dia do crime, Abraão teria marcado de se encontrar com Hélio em um bar localizado na zona Leste de Teresina. A vítima teria chegado acompanhada de Einaldo que, segundo a acusação, não tinha qualquer relação com o desvio de dinheiro nem com o empresário. Para o promotor João Malato, Einaldo estava no lugar errado, na hora errada.

“Após uns minutos de conversa, uns homens armados chegaram ao bar e sequestraram as vítimas. Elas foram levadas para a localidade Taboca do Pau Ferrado, onde foram torturadas, assassinadas com tiros na cabeça e ainda tiveram seus corpos incinerados como forma de apagar qualquer pista”, relata o promotor.

Ainda segundo João Malato, no dia do crime, Abraão fez cinco ligações telefônicas para o ex-coronel Correia Lima para tratar sobre o plano de execução de Hélio. Para a promotoria, isso comprova a relação do empresário com o crime organizado e o coloca como orquestrador das mortes. O ex-coronel Correia Lima teria dado o suporte necessário para que o plano de Abraão de concretizasse.

Além do empresário, também foram condenados pelo crime José Correia Braga Neto e Raimundo Xavier da Silva. O ex-coronel Correia Lima foi outro que recebeu uma condenação de 40 anos de prisão. Quanto a Abraão, a defesa disse que vai recorrer da sentença e até lá ele responde ao processo em liberdade. Caso a condenação seja mantida, ele deverá cumprir um sexto da pena em regime fechado e o restante em regime semiaberto.

Por: Maria Clara Estrêla
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