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Em Teresina, golpes contra idosos crescem cerca de 40% durante a pandemia

De acordo com a delegada, apesar de não poder precisar o número exato de atendimentos realizados durante esse período, há um nítido crescimento nesse tipo de crime.

07/09/2020 12:26

Segundo a Delegacia de Segurança e Proteção ao Idoso, coordenada pela delegada Daniela Barros, os golpes financeiros contra idosos cresceram cerca de 40% durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a delegada, apesar de não poder precisar o número exato de atendimentos realizados durante esse período, há um nítido crescimento nesse tipo de crime.


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Entre as modalidades criminosas mais praticadas durante a pandemia está o golpe do motoboy, que, de acordo com a delegada Daniela Barros, já existia, mas foi registrado um maior número de ocorrências a partir do momento em que os idosos precisaram ficar em isolamento social. Os criminosos entram em contato com a vítima por telefone, fazendo-se passar por funcionários de uma instituição financeira, e solicitam dados e senha do cartão.

Delegada Daniela Barros. (Foto: Arquivo O Dia)

“O desconhecido informa que é da agência bancária e que o cartão do idoso está sendo clonado ou está sendo utilizado indevidamente, e que o idoso precisa fornecer os dados cadastrais dele e a senha para esta pessoa. Em seguida, o desconhecido propõe mandar uma pessoa até a residência do idoso buscar o cartão para providenciar o cancelamento. O idoso do outro lado da linha, inadvertidamente, acaba por se envolver nessa conversa e faz a entrega do seu cartão”, relata a delegada.

De posse do cartão e da senha da vítima, os criminosos vão até as agências bancárias e retiram todo o dinheiro contido na conta da vítima, chegando até mesmo a fazer empréstimos em nome do idoso.  A delegada destaca que a probabilidade de que esse tipo de contato se trate de golpe é de 100%, uma vez que instituições financeiras não telefonam para os idosos pedindo dados cadastrais, todas as questões são resolvidas no interior da agência bancária ou nos canais de autoatendimento disponíveis.


“A recomendação dirigida aos idosos é que não aceitem nenhum contato com desconhecidos, não forneça seu cartão bancário, seus dados, seus documentos, suas senhas para desconhecidos, mesmo que essa pessoa se identifique como sendo da agência bancária, desconfie e procure alguém da sua confiança para relatar o ocorrido, mas de maneira alguma entregue seus dados, seu cartão ou sua senha para quem solicitar. Desconfiar sempre, essa é a única maneira de prevenir”, alerta a delegada.

Outro golpe sofrido pela população da terceira idade continua a ocorrer no interior dos bancos. Mesmo durante a pandemia e sendo do grupo de risco, muitos idosos continuam a frequentar as agências para utilizar os terminais de autoatendimento. Muitas vítimas, com dificuldades na utilização do equipamento eletrônico, costumam pedir ajuda de desconhecidos para realizar as transações nesses terminais.

“O idoso, em sua boa-fé, acredita que aquela pessoa está ali para ajudá-lo e, na verdade, aquela pessoa acaba por lesá-lo porque ela já está ali justamente na espera de um idoso ingressar na agência, com dificuldade de usar o terminal, para que ela possa oferecer ajuda, fazer a troca do cartão sem que o idoso perceba e sacar todos os seus rendimentos”, diz a delegada Daniela Barros.

Nesse caso, a recomendação é de que os idosos com dificuldades de usar o terminal de autoatendimento deem preferência ao atendimento presencial no interior da agência, e não na área dos terminais de acesso. “O idoso confunde essas pessoas com funcionários da agência, porque muitos desses indivíduos se passam por funcionários, colocam camisas que sejam nas cores da instituição bancária, de modo a confundir o idoso”, finaliza.


Por: Nathalia Amaral
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