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Eletrochoque: Polícia de Barras investiga morte de cães em Zoonoses

O caso veio à tona nesta segunda-feira (19) após denúncias. Os crimes estariam sendo cometidos com consentimento da Prefeitura

20/07/2021 10:44

A Delegacia de Barras está investigando possíveis maus tratos praticados contra cães recolhidos pelo Centro de Zoonoses no município de Barras. O caso veio à tona nesta segunda-feira (19) após denúncias. Os crimes estariam sendo cometidos com consentimento da Prefeitura.

Diversos protetores de animais se manifestaram nas redes sociais, divulgando fotos e vídeos das etapas para sacrificar os animais. Em uma das fotos, é possível ver um cão envolto de fios elétricos. Em seguida, o animal aparece sendo levado em um carrinho de mão por um homem, supostamente funcionário da Prefeitura de Barras.

(Fotos: Divulgação/redes sociais)

Um portal local divulgou vídeo em que o médico veterinário do Centro de Zoonoses, Elivelton Luiz, informa que os cachorros são sedados antes de serem eletrocutados. Segundo ele, os cães não podem sofrer nem sentir dor durante o sacrifício. O profissional comenta ainda que, na gestão anterior, os animais eram mortos sem sedativos, mas que houve uma mudança nesse procedimento com a entrada no novo gestor.

“Você pode passar o dia aí, acompanhar nosso serviço. Quando começamos essa administração foi uma das coisas que mudamos de início. A gente só faz eutanásia após a sedação dos animais”, reforça Elivelton Luiz.

Apesar de afirmar que existem documentos que comprovem que os animais são sedados antes de serem sacrificados, o médico veterinário salienta que, para este tipo de procedimento, não é necessário o preenchimento de formulário. A ação de sedação é um protocolo que tem dentro do Centro de Zoonose. Quando a gente vai fazer uma sedação no animal, a gente não precisa fazer um documento, porque isso é rotina na atividade’, disse.

Apesar das afirmações do médico veterinário lotado no Centro de Zoonoses destacando que os animais são sedados e não sentem dor antes de serem sacrificados, um morador da cidade, reside próximo ao local, afirma ouvir latidos e ganidos dos cães no momento da execução.

Contraponto

A Prefeitura de Barras divulgou, nesta terça-feira (20), nota de esclarecimento sobre o caso destacando que as imagens que circulam nas redes sociais são antigas, tratando-se, portanto, de fake news.

Na nota, a prefeitura apresenta duas fotos destacando tratar-se de uma antiga e outra atual (Fotos: Divulgação/Prefeitura de Barras)

Além disso, a nota esclarece que a eutanásia é feita de acordo com os protocolos recomendados pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. A gestão enfatiza que o caso será investigado e que o “criminoso virtual” pela divulgação do material será encontrado.

Confira as notas na íntegra:

“A Prefeitura de Barras foi alvo de notícia falsa envolvendo circulação de imagens antigas e associando a imagem da prefeitura à tortura de cães ! Episódio lamentável! As duas fotos mostram o mesmo lugar! O portão era completamente diferente! Observe o detalhe da árvore! A mesma árvore! Lamentamos profundamente a divulgação de fake news de forma irresponsável! Outras fotos foram divulgadas com o mesmo teor! Muitos ativistas de defesa dos animais foram induzidos por um criminoso virtual a acreditar que as fotos correspondiam a realidade atual! Situação triste! Os culpados serão encontrados!”

Sobre o Centro de Zoonoses:

“A direção do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem a público esclarecer que, no tocante ao controle do Calazar, o CCZ obedece a um protocolo legal recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, que tem por objetivo evitar que cães que precisam ser sacrificados passem por sofrimentos.

A rotina inclui realização de teste rápido para o calazar. Este dando positivo, a equipe do CCZ juntamente com os agentes de endemias, submetem o cão a um exame mais específico: uma sorologia sanguínea, que é enviada ao LACEN. Dependendo do resultado - positivo ou negativo - e das condições clínicas, o animal pode ser destinado a eutanásia.

No CCZ, a eutanásia é feita, com o animal previamente sedado, anestesiado, através da utilização do pré-anestésico Acepran. Depois com o anestésico Ketamina, composição esta que impossibilita o animal a sentir qualquer dor mínima, como também impede que passe por sofrimento.

Nos casos de leishmaniose avançada, o sacrifício é inevitável porque, além dos cães, as pessoas podem ser contaminadas, ficar com sequelas graves e até morrer em decorrência da enfermidade. A propagação precisa ser evitada para proteger a população”.

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