A família de Antônio Cardeal
Matos, um dos educadores sociais do Centro Educacional
Masculino (CEM) em Teresina, reclama que o agente não
tem recebido apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Assistência Social
e Cidadania (SASC). Isso porque o educador social sofreu
um AVC (Acidente Vascular
Cerebral) durante uma das rebeliões no Centro, no início
do mês de setembro deste ano,
deixando-o com sequelas que o
impedem de andar e falar.
A esposa do servidor, Jesuína Matos, conta que o acidente ocorreu após um princípio
de rebelião em que os internos do CEM atearam fogo em
colchões em uma tentativa de
fuga, e que o agente socioeducador teria inalado a fumaça
causada pela queima dos colchões e desempenhado um
grande esforço físico para tentar conter o motim, sofrendo
um AVC logo em seguida.
“Na madrugada do dia nove
de setembro, houve um início de rebelião no CEM, e o
meu marido foi tentar conter
os adolescentes, porque ele
vestia a camisa do CEM, ele
dava o sangue por aquele trabalho, e devido ao esforço físico e
à grande quantidade de fumaça
que ele inalou, logo após a rebelião ser contida, ele sofreu
um AVC”, explica.
Após sofrer o AVC, o educador social foi levado para
o Hospital do Buenos Aires,
sendo transferido para o Hospital de Urgência de Teresina
(HUT), e logo em seguida
para um hospital particular da
capital. Após passar 20 dias internado, Antônio Cardeal Matos retornou para casa, porém,
apresentando sequelas.
O servidor perdeu os movimentos do lado direito do corpo, a fala e parte da audição, e
agora depende da esposa e da
filha, que se revezam nos cuidados com ele em casa.
Segundo Jesuína Matos, o
servidor precisa de tratamento
com fonoaudiólogo e fisioterapeuta para recuperar os movimentos e a fala, mas sem
o apoio da SASC, não conseguem iniciar o tratamento, pois
não possuem transporte para
se deslocar de casa ao hospital
e alguns tratamentos não têm
cobertura do plano de saúde.
“Eu queria que eles vissem o
meu marido como um ser humano. Ele trabalha há 19 anos
como agente operacional, e está
quase para se aposentar como
servidor público do governo
do Estado, mas eles nunca vieram até aqui para saber como
ele está, ele sofreu isso porque
estava trabalhando. Eu queria
que pelo menos me ajudassem
a conseguir as consultas com a
fonoaudióloga, porque o plano
de saúde não cobre, e também
conseguir o transporte dele até
o hospital”, ressalta.
Além do tratamento, o educador social também precisa
de equipamentos que auxiliem
na rotina em casa, como uma
cadeira de rodas para tomar
banho. “A cadeira de rodas que
ele tem, foram os amigos que
juntaram o dinheiro e deram
para ele, a outra que ele usa
para tomar banho nós pedimos
emprestado para nossa vizinha,
mas a qualquer momento ela
pode pedir de volta, porque ela
também precisa. E a qualquer
momento eu vou ter que sair
do meu emprego para cuidar
dele, porque minha filha não
consegue cuidar sozinha, então
nossa renda vai cair bastante”,
destaca.
A SASC comunicou que
enviará uma equipe de assistentes sociais até a residência
da família do educador social
para verificar a necessidade de
tratamentos que o ajudem a recuperar os movimentos e a fala
e verificar como será possível
ajudar a família até a total recuperação do servidor.
Por: Nathalia Amaral