O crescente número de assaltos tem assustado os moradores do Residencial Eduardo
Costa, localizado na zona Sul
de Teresina. Furtos a residências, estabelecimentos comerciais e pedestres viraram
rotina na vida dos moradores
da região. Além da falta de segurança, a população reclama
de constantes faltas de água e
energia elétrica, além da ausência de iluminação pública
em vários pontos do residencial.
A comerciante Karine Teixeira teve sua lanchonete assaltada na última quarta-feira
(5). Ela conta que foi abordada por três homens que
chegaram em um carro e a
renderam, levando dinheiro,
aparelhos celulares, televisão
e aparelho de DVD. “Por conta de não ter a luz do poste,
aqui, à noite, fica muito escuro. O carro que eles estavam
passou, deu a volta no quarteirão e parou aqui em frente,
e o assaltante já desceu correndo do carro com uma faca,
colocando na minha barriga.
Eu pedia todo tempo para que
ele tivesse calma, porque ele
estava muito nervoso e qualquer coisa que a gente fizesse
ele poderia me esfaquear”, revela.
A comerciante acredita que
o despreparo dos policiais
atrapalha a investigação dos
casos. “Nós chamamos a Polícia, mas os policiais são muito
despreparados. Nós demos
todas as características dos
assaltantes, os policias saíram
e, quando voltaram, disseram
que tinham encontrado dois
suspeitos. Nós fomos com
eles até a Vila Irmã Dulce para
fazer o reconhecimento e,
quando chegamos lá, os dois
rapazes não tinham nada a ver
com as características que nós
tínhamos falado”, destaca.
A dona de casa Denise Silva
também foi uma das vítimas
de assalto na última quarta-feira. Ela afirma que acordou
com um barulho no quintal da
sua residência, mas que, por
medo dos assaltantes, não foi
até o local. Na manhã seguinte, ao acordar, percebeu que
a sua máquina de lavar havia
sido roubada.
Iluminação pública deficitária facilita a ação de bandidos na zona Sul de Teresina (Foto: O Dia)
“Eu já fui roubada duas vezes aqui. Uma vez estava indo
buscar meu filho na escola e
roubaram meu celular. E dessa vez, eles roubaram a minha
máquina de lavar. Eu acordei
de madrugada com um barulho no quintal, mas fiquei com
medo de ir até lá ver o que era.
No outro dia de manhã, eu
percebi que eles haviam levado a minha máquina de lavar;
as roupas que estavam dentro,
eles jogaram no quintal da minha vizinha”, relata.
A moradora afirma ainda
que, por medo dos assaltos,
pretende vender a casa em
que mora há dois anos com os
filhos e mudar-se para outro
local. Ela diz também que não
registrou boletim de ocorrência por não acreditar no trabalho da Polícia.
“Eu não registrei boletim de
ocorrência porque não adianta nada, a Polícia nem vem
aqui. Quando roubaram meu
celular, eu fui no posto policial da Vila Irmã Dulce, quando cheguei lá, nem policial
tinha para atender a gente,
então não foi registrado o boletim. Dessa vez, eu nem perdi meu tempo. A gente fica à
mercê dos bandidos. Eu quero ir embora daqui até o final
do ano. Eu morava no Dirceu
antes de me mudar para cá e,
lá, não tinha essas coisas de
ladrão entrar dentro de casa
e roubar nossas coisas. Aqui,
a gente tem que gradear todas
as portas e janelas, a porta da
cozinha e da sala eu troquei
por um metal mais resistente
porque, quando a gente sai
pra trabalhar, eles arrombam
e levam tudo [sic.]”, diz.
Edição: Virgiane PassosPor: Nathalia Amaral - Jornal O Dia