Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Delegacia da Mulher registrou 207 casos de lesão corporal de janeiro a agosto

Na mesma delegacia, nos oito primeiros meses de 2017, foram registrados 310 casos de ameaça, 281 de injúria, 77 de difamação, 32 de calúnia. Além de nove estupros e quatro tentativas.

14/09/2017 14:28

A Prefeitura de Teresina realizou, nesta quinta-feira (14), o lançamento do estudo que fará um diagnóstico da situação da violência contra a mulher em Teresina.

Além do prefeito Firmino Filho (PSDB), também estiveram presentes na solenidade a delegada Eugênia Villa, diretora de Gestão Interna da Secretaria de Segurança Pública do estado, a delegada Vilma Alves, o secretário de Planejamento Washington Bonfim, dentre outros gestores e especialistas em políticas de valorização e proteção da mulher.

Prefeitura lançou estudou que vai diagnosticar situação da violência contra a mulher em Teresina (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

A consultora Wânia Pasinato ressaltou que, a partir do diagnóstico que será obtido pelo estudo, a Prefeitura de Teresina e os demais órgãos públicos locais poderão ampliar, diversificar e melhorar as ações voltadas para o combate á violência contra a mulher

"Conhecer essa realidade, conhecer essa expressão da violência vai nos dar um cenário bastante realístico para repensarmos as políticas, os serviços e os programas que já existem, permitindo ao poder público local trabalhar na reformulação do plano municipal de políticas pras mulheres", destacou Wânia Pasinato, que é mestra e doutora em Sociologia pela USP, e possui uma extensa experiência no desenvolvimento de ​pesquisas ​aplicadas sobre gênero, violência e políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres, com trabalhos realizados para governos, ONGs e para a Organização das Nações Unidas (ONU).

Levantamento contratado pela Prefeitura conta com o apoio do Banco Mundial (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Wânia enfatizou que a violência motivada por questões de gênero é um problema que está generalizado e, portanto, não pode ser ignorado pelo poder público. "Precisamos dar uma resposta a esse tipo violência, que é grave sobretudo porque decorre de uma condição intrínseca, relacionada à própria existência. Nós não podemos deixar de ser mulheres. Então, ser vítima de violência é um risco que cada uma de nós carrega consigo permanentemente. Isso faz da nossa vivência de gênero algo muito pesado em todas as esferas da vida", destacou.

A consultora Wânia Pasinato vai comandar estudo; ela é mestra e doutora pela USP, especializada no desenvolvimento de ​pesquisas ​aplicadas sobre gênero, violência e políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Durante o evento, a delegada Vilma Alves expôs números alarmantes que foram compilados pelas delegacias especializadas no atendimento à mulher vítima.

Só no ano passado foram registrados 484 casos de ameaças a mulheres, apenas na delegacia titularizada por Vilma Alves. Além disso, houve a notificação de oito estupros, cinco tentativas de estupro e sete casos de assédio sexual.

Ainda em 2016, as mulheres denunciaram 428 casos de injúria, 115 casos de difamação, 33 de calúnia, 17 de constrangimento ilegal e nada menos que 206 casos de lesão corporal - apenas na Delegacia da Mulher Centro.

Este ano, só até o mês de agosto, foram registrados na mesma delegacia: 310 casos de ameaça, 281 de injúria, 207 de lesão corporal, 77 de difamação, 18 de constrangimento ilegal e 32 casos de calúnia. Além de nove estupros (já superando o número do ano passado) e quatro tentativas de estupro.

A Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM) foi o órgão que teve a iniciativa de contratar o estudo, que será realizado pela empresa de consultoria Xaraés, especializada na elaboração de projetos técnicos em gênero, raça, etnia, políticas públicas específicas nas áreas de assistência social, saúde, segurança pública e enfrentamento à violência contra as mulheres, meio ambiente, comunicação, planejamento estratégico e gestão.

A Prefeitura de Teresina conta com o apoio do Banco Mundial no projeto, e a previsão é que o levantamento seja concluído em setembro de 2018.

Por: Cícero Portela
Mais sobre: