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Caso Iones Sousa: cinco anos de um crime sem solução

A ex-funcionária da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí foi executada com dois tiros na cabeça. O inquérito parou na fase inicial e nenhum suspeito foi apontado

25/02/2018 08:40

No dia 30 de janeiro de 2013, Iones Sousa não voltaria para casa. A ex-funcionária da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí foi executada com dois tiros na cabeça, na sede do órgão, no município de Santo Antônio de Lisboa, a 327 km de Teresina. 

Cinco anos após o crime, nenhum suspeito foi apontado pela Polícia Civil e o inquérito estava parada até pouco tempo atrás. De acordo com a família da vítima, o responsável pelo assassinato é o ex-genro de Iones, José Moacir de Sousa. A motivação seria o fato de a vítima frequentemente defender a filha das agressões praticadas por ele.

Recentemente, o caso foi repassado ao delegado Higgo Martins, da Delegacia de Homicídios. Procurado pelo Portal O DIA, ele afirmou que não vai se pronunciar por enquanto. “Compreendo o interesse público sobre a elucidação do crime, mas pra minha investigação, qualquer manifestação nesse momento é prejudicial”, afirmou.


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Iones Sousa foi executada com dois tiros na cabeça. Foto: Reprodução

De acordo com a advogada Mariana Moura, representante do movimento feminista que acompanha o caso, o inquérito parou na fase inicial, em que são ouvidas as testemunhas. “A polícia agora vai providenciar a requisição judicial para realizar as provas técnicas”, disse.

Enquanto o autor do crime sequer é descoberto e indiciado, seis pessoas da família de Iones tiveram que fugir. Segundo uma delas, que não quer ser identificada, a sensação é de impotência e de descaso por parte das instituições estatais.”Fugimos porque não existe nenhum tipo de proteção. O assassino nunca foi punido, fica livre, faz o que quer. É uma injustiça. Queremos voltar, mas só quando ele for preso”, disse o familiar.

Para Mariana, a dificuldade de se chegar à autoria do crime aumenta com o tempo. “Corre o risco de prescrever”, alerta a advogada.

De acordo com a legislação, o inquérito policial deve durar dez dias se o possível autor estiver preso, e 30 dias se estiver em liberdade. Se não houver um suspeito, como é o caso do crime contra Iones, não há tempo determinado para a conclusão do inquérito.



Por: Nayara Felizardo
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