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Casa de Custódia tem tentativa de homicídio, e sindicato alerta para caos

Superlotação de presídios e número reduzido de agentes penitenciários são dois dos principais fatores que contribuem para o aumento da violência dentro do sistema prisional.

10/07/2015 18:07

Uma nova tentativa de homicídio foi registrada na Casa de Custódia nesta sexta-feira (10). Desta vez, o crime ocorreu na cela 2 do pavilhão D da unidade.

A vítima foi identificada como Cláudio Antônio Félix de Oliveira, que responde por roubo. De acordo com Kleiton Holanda, diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), o detento havia chegado ao presídio nesta sexta-feira, e logo foi atacado pelos outros presos, sofrendo várias perfurações pelo corpo. Como arma, os agressores utilizaram barras de ferro retiradas da estrutura da própria penitenciária.

O detento atacado foi levado para o Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha (HUT), e alguns suspeitos foram encaminhados para o 10º Distrito Policial. "Agora a Polícia Civil vai colher o depoimento desses detentos para descobrir as razões do ataque e identificar outros acusados que teriam participado do ataque", detalha.

O crime acontece apenas um dia após outro preso ser morto no mesmo presídio, atingido com quase 30 perfurações de arma branca

O dirigente sindical afirma que é cada vez maior o clima de tensão no sistema prisional do Piauí. Segundo Kleiton Holanda,a superlotação e o número reduzido de agentes penitenciários são dois dos principais fatores que contribuem para deixar os presídios em constante estado de caos.

Segundo o diretor, do Sinpoljuspi, a inauguração da Casa de Detenção Provisória de Altos pouco contribuiu para solucionar o problema, tendo em vista que ainda é imenso o abismo entre a quantidade de presos e a capacidade do sistema prisional piauiense. "Embora nossos presídios têm capacidade para receber apenas 1.600 detentos, hoje a população carcerária do Piauí chega a 3.650. Na Casa de Custódia, por exemplo, o número de presos é quase três vezes superior ao limite. São 333 vagas existentes, mas lá vivem 875 presos", alerta o sindicalista.

Da mesma forma, Kleiton não demonstra muita esperança de que o quadro deva melhorar com a inauguração de novas unidades penais. "O Governo anunciou que vai retomar a obra da penitenciária de Campo Maior, mas lá vão ser oferecidas apenas 120 novas vagas, mesma quantidade que deve surgir com a conclusão dos dois novos pavilhões da Casa de Custódia. Em contrapartida, mais de 400 pessoas estão foragidas da Justiça ou fugiram de presídios, e existem 320 mandados de prisão em aberto. Ou seja, somando tudo dá mais de 700 pessoas que devem ser presas e a perspectiva é que sejam abertas apenas 240 novas vagas, isso se a obra do presídio de Campo Maior for mesmo retomada, o que nem é certeza", acrescenta Holanda.

Nesta sexta-feria, a Sejus garantiu que até agosto as obras da penitenciária de Campo Maior serão retomadas.

Governo precisa realizar concurso público com urgência, alerta Sinpoljuspi

Kleiton Holanda considera que o Governo do Estado é omisso com a situação em que se encontra o sistema prisional piauiense, devendo ser responsabilizado por eventuais tragédias que venham a ocorrer.

O Sinpoljuspi afirma que a Secretaria de Justiça precisa realizar com urgência um novo concurso público destinado á contratação de pelo menos 600 novos agentes penitenciários. Atualmente, existem apenas cerca de 700 profissionais, distribuídos nas 15 unidades penais do Estado. 

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