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Áudios mostram ameaças feitas no Whatsapp por homem morto por PM

Rodrigo Magalhães Brito foi assassinado após carreata em favor do presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele ostentava uma arma e proferiu ofensas contra integrantes do grupo.

30/10/2018 13:58

O Portal O Dia teve acesso aos áudios gravados por Rodrigo Magalhães, eleitor do presidente eleito Jair Bolsonaro e que foi assassinado nesta segunda-feira (29) por um policial militar em Piracuruca. A gravações foram feitas por Rodrigo após ele ser repreendido por estar portando uma arma durante carreata em favor de Bolsonaro na cidade. 

Ao todo, Rodrigo fez seis gravações nas quais distribui ofensas aos integrantes do grupo, dentre eles, um policial militar identificado como Tertulino Luís de Carvalho, que saiu em defesa dos demais. Ao PM, Rodrigo fez ameaças e o desafiou a ir enfrentá-lo. No primeiro áudio, ele diz: “Pois já que você é valentão, vamos já marcar [...] pode vir, você pode cair pra dentro. A hora que você quiser cair pra dentro, eu estou lhe esperando aqui. Venha, mas venha com tudo que eu estou lhe esperando aqui. Venha você e pode trazer mais uma reca. Traga mais uma reca com você, que só um não adianta não [sic]”.

Rodrigo Magalhães Brito foi assassinado após carreata em favor do presidente eleito Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Após direcionar as ameaças ao PM, Rodrigo continuou com as ofensas no grupo e rebateu críticas dos demais participantes. “Tá pensando o quê? Aqui tá tudo agendado. Número de telefone, nome, já tem colegas que já me passaram as pessoas que estão falando aí [...] continua com deboche aí que vai dar certo. Vagabundo? Vagabundo é quem critica. Eu sou um cidadão de bem, então eu exijo, eu ordeno respeito, ok? Vagabundo é quem chama”, disse.

Rodrigo também desafiou outros integrantes do grupo a denunciá-lo à polícia. “Dá mais um pio dessa porcaria aí, que aí eu quero encontrar, pegar de um por um, de orelha por orelha, e pôr na argola para ver quem é que é macho aí, e quem é que é fêmea. Tá pensando que tá brincando com coisa tosca? Com coisa à toa? Tá achando que aqui é trouxa? Faz o teste então, põe a teste aí. E quem achou ruim, que se doeu, vai pra delegacia, vai dar parte, tá com medo, vai dar parte [...] se ainda tiver algum engraçadinho aí que se acha homem, que se acha corajoso, alguma fêmea que se acha mulher mesmo, vai lá e mostra a cara, vai lá servir de testemunha. Vai, eu quero ver a cara das testemunhas. Respeita rapaz, dobra a língua [...], rapaz”.

Rodrigo Magalhães Brito foi assassinado após carreata em favor do presidente eleito Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Segundo a PM, após distribuir as ameaças no grupo do Whatsapp, Rodrigo marcou um lugar para encontrar com o policial. “O militar pedia reforço a uma guarnição local para prender o Rodrigo, quando a vítima encontrou com ele próximo ao quartel da cidade. Ele parou o carro e já desceu com uma espingarda em punho e mesmo com os pedidos do PM para que se desarmasse, ele não cedeu. Foi então que o policial sacou a arma atirou três vezes contra o Rodrigo”, relatou o coronel Erisvaldo Viana, comandante da PM de Piripiri, que atende a Piracuruca.

O PM foi conduzido para a delegacia da cidade, onde prestou depoimento ao delegado Hugo Alcântara. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que os esclarecimentos dados pelo militar apontavam para legítima defesa. Dentro do veículo de Rodrigo foram encontrados um simulacro de pistola e várias munições. O projétil que estava dentro da espoleta da espingarda usada por ele apresentava sinais de impacto, o que, segundo a perícia, indica a probabilidade de ele ter efetuado o disparo contra o PM, mas por alguma falha da arma, a munição não deflagrou.

O delegado Hugo Alcântara descartou crime por motivação política. 

Por: Maria Clara Estrêla
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