Após o tiroteio nas imediações do Hospital do Promorar, na zona Sul de Teresina, o
presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Silvio
Mendes, fez um apelo ontem
(19) aos criminosos, pedindo
que os profissionais de saúde
sejam respeitados. O episódio
ocorrido na terça-feira(18)
deixou duas pessoas ficaram
feridas após a troca de tiros;
além disso, uma das balas ainda invadiu um dos consultórios da unidade, mas não atingiu ninguém.
O gestor ressaltou que alguns
profissionais da Saúde têm se
recusado a trabalhar em bairros mais periféricos da cidade,
onde a criminalidade tem assustado esses funcionários e,
por isso, várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) têm instalado grades em suas dependências. “São esses médicos que
atendem os próprios marginais
quando são agredidos, acidentados. Nosso pedido é aos marginais, que protejam quem trata
da vida deles, é preciso pedir a
eles para que preservem e protejam os serviços de saúde deles e da família deles”, reforça.
De acordo com Silvio Mendes, os profissionais correm riscos devido à falta de segurança
nas proximidades das UBSs. O
gestor afirma que o tiroteio de
terça-feira não foi um fato isolado e atribui a marginalidade
social como culpada da situação; além disso, ele destaca que
a situação não deve ser naturalizada pela população.
“Segurança pública é uma
abordagem complexa. É preciso a união de todos e preciso,
principalmente, do poder público nas causas especiais. Essa
abordagem não é simplista, a
gente não pode se omitir. É da
conta de todo mundo. Não é só
colocar nos ombros da repressão que vai ter solução”, disse.
O presidente da FMS acrescentou ainda que, recentemente, esteve reunido com
representantes da Secretaria de
Segurança Pública, entre eles o
secretário Fabio Abreu, quando a Fundação pediu orienta-
ção acerca do comportamento
que se deve ter nessas situa-
ções, com o intuito de buscar
melhorar a segurança dos servidores municipais e da população. “Não vamos transferir
responsabilidade, a responsabilidade é coletiva, principalmente do poder público, que
não pode se omitir”, ressalta.
O caso
Terça-feira (18), duas pessoas foram alvejadas nas proximidades do Hospital do
Promorar. Uma delas foi uma
mulher identifcada como
Carolina Silva Santos, atingida com quatro balas. Ela foi
encaminhada ao Hospital de
Urgência de Teresina (HUT),
onde passou por cirurgia. Um
homem ainda não identifcado
foi atingido na mão e atendido
no próprio hospital. Com o casal também estava uma criança,
que levou um tiro de raspão.
A bala também atingiu um
dos consultórios do hospital,
mas não atingiu o médico presente no local. A informação
foi confrmada pela diretora
do Hospital do Promorar, Sandra Marina Gonçalves. “Foi
no fnal do plantão, houve um
movimento de correria para
dentro das enfermarias, a bala
atingiu um vidro da porta do
hospital e se alojou atrás de um
móvel do consultório médico.
A equipe está em pavorosa,
estamos recebendo muitas ví-
timas de arma de fogo e deixa
a equipe muito preocupada em
atender. Hoje temos difculdade de ter profssionais para
atender na portaria”, afrmou
Sandra.
Edição: Virgiane PassosPor: LetÃcia Santos