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30% dos BOs registrados na Delegacia do Idoso são de golpes com empréstimos

Outros 57% são registros referentes a furtos e troca de cartões de benefício do INSS nos terminais de autoatendimento. Delegada faz alerta.

21/02/2019 11:33

Cerca de 30% dos Boletins de Ocorrência registrados na Delegacia do Idoso de Teresina envolvem golpes com empréstimos consignados. Foi o que informou a titular da delegacia, delegada Daniela Barros. São casos de renovação de contratos de empréstimos por parte de financeiras, sem o consentimento das vítimas. Das 700 ocorrências recebidas pela delegacia ao longo de 2018, pelo menos 200 eram deste tipo.

A delegada explica como atuam os golpistas nestes casos: “O idoso realiza o primeiro empréstimo e essas financeiras ficam de posse da documentação dele. Assim, quando fica próximo do contrato encerrar, eles começam a fazer outros empréstimos, renegociando o primeiro. Muitas vezes, eles sequer consultam o idoso, que é pego de surpresa com a cobrança”.

Um dos fatores que facilita este tipo de fraude, segundo Daniela, é a falta de regulamentação para a contratação desses empréstimos consignados. “São contratos que não têm muitos filtros, não há necessidade de reconhecer firma em cartório, eles não cobram presença de testemunhas. Então o corretor autônomo pega as informações do aposentado, insere naquele contrato, ele mesmo assina e encaminha à instituição financeira responsável e, em decorrência disso, se opera a fraude”, explica a titular da Delegacia do Idoso.

Daniela Barros recomenda que, caso o idoso esteja nessa situação e não reconheça um empréstimo em seu benefício, que se dirija à Delegacia, na Rua 24 de Janeiro Nº 500, e formalize a denúncia. O local possui uma sala do INSS para a tomada das providências cabíveis.


A delegada Daniela Barros é a titular da Delegacia do Idoso - Foto: Arquivo O Dia

Crimes de furtos são ainda mais comuns

 Mais frequentes que os golpes com renovação de empréstimos sem autorização, são os crimes de furto, como, por exemplo, a troca de cartões de benefício, que resultam na contratação de novos empréstimos ou até mesmo no saque de todo o dinheiro depositado na conta do idoso.

A delegada Daniela Barros explica que o cartão é exclusivo para o saque do benefício e que, por isso, não dispõe de tantos mecanismos de segurança como o cartão de um correntista do banco, por exemplo. “Ele só retira o benefício que é creditado naquela agência, mas o problema maior não está na segurança do banco. O grande volume de ocorrências se dá antes mesmo de ele usar o cartão, quando ele aceita a ajuda de terceiros”, frisa a delegada.

De acordo com ela, das 700 ocorrências que a delegacia recebeu em 2018, pelo menos 400, ou seja, 57%, são de furto ou troca de cartões de beneficiários do INSS. Os registros geralmente seguem um padrão: os idosos são abordados nos terminais de autoatendimento pelo criminosos e não percebem quando eles furtam e fazem a troca por um plástico falso.

A delegada alerta para que os idosos evitem utilizar os Caias 24 Horas e deem preferência para os terminais dentro de suas próprias agências bancárias. “Se tiver dificuldade de usar o terminal, solicite ajuda de seu gerente, mas jamais solicite ajuda de terceiros porque em 100% dos casos esses indivíduos estão mal intencionados”, diz a delegada.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Lalesca Setúbal
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