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"œEstamos vivendo uma fase de adoecimento coletivo", diz psicóloga

A morte do ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho, chama atenção para temas como depressão e suicídio

07/04/2021 10:02

morte do ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho, na tarde desta terça-feira (06), abalou os teresinenses, não somente pelo modo trágico como ocorreu, mas também por se tratar de uma personalidade importante para a cidade e com grande trajetória política. Firmino Filho foi encontrado morto após cair do 14º andar do edifício comercial Manhattan River Center, que funcionava o Tribunal de Contas da União, onde trabalhava.


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Sua morte chama atenção para dois assuntos relevantes e que merecem ser conversados diariamente: a depressão e o suicídio. Segundo a psicóloga Clarissa Martins Cortez, é alarmante como a depressão e o suicídio vem crescendo em Teresina, por isso, é sempre interessante perceber os sintomas que a pessoa vem apresentando.

A profissional destaca que a depressão é uma doença silenciosa e se caracteriza pela apatia, falta de energia, pensamento suicida e desesperança. Trata-se de uma doença multifatorial, dependendo de cada paciente, e, por isso, deve-se avaliar as causas que levam à depressão em cada indivíduo.

(Foto: Freepik)

“Não posso afirmar o que de fato aconteceu [com Firmino Filho], mas a pressão no meio político, o lockdown, estamos vivendo uma fase de adoecimento coletivo. O medo é uma reação natural, uma defesa instintiva em frente a ameaça real ou potencial. Na pandemia, tiveram pessoas que perderam o emprego, que pegaram covid, teve de tudo. Esse adoecimento coletivo pode gerar uma causa. Temos que tomar cuidado com nossos processos intrapessoais, que são os processos cognitivos e o estado de humor, os pensamentos, sentimentos e comportamento”, explica Clarissa Cortez.

Mas, o que podemos fazer na pandemia para nos mantermos mais saudáveis? Segundo a psicóloga, no caso dos suicidas, é importante ter sempre uma rede de apoio e a família estar atenta aos sinais. A pessoa pode buscar o CVV (Centro de Valorização da Vida)  ou ajuda profissional de um psiquiatra.

“Esse é um problema crescente, que não tem idade, gênero ou classe social. Quando uma pessoa é calada e se torna ainda mais silenciada, a rede de apoio é muito importante. É preciso observar a pessoa, ajudar sem ser invasivo e não julgar. Com a depressão, a pessoa se isola, é uma doença que tem os sinais, mas ninguém nunca sabe o que passa exatamente na cabeça de cada um”, reforça, Clarissa Martins Cortez.

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