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"Trará novas possibilidades", diz Niéde Guidon sobre concessão da Serra da Capivara

"A FUMDHAM continuará com as pesquisas, mas é muito melhor que uma empresa comercial se ocupe do parque", disse ao O Dia.

07/12/2020 16:23

A arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon se tornou há décadas a guardiã do Parque Nacional da Serra da Capivara, patrimônio considerado um dos maiores tesouros arqueológicos brasileiros. Em resposta ao PortalODIA.com, sobre a autorização do Governo Federal para a concessão do Parque Nacional da Serra da Capivara à iniciativa privada, a presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), manifestou sua opinião de forma otimista: “Trará novas possibilidades”.

Em 2020, o trabalho de Niéde Guidon como arqueóloga completa 50 anos. Ao longo das cinco décadas, a arqueóloga foi o símbolo da luta incansável por recursos para o parque, que desde 1991 é considerado patrimônio cultural da humanidade e está localizado no município de São Raimundo Nonato, região Sul do estado do Piauí. 

Foto: Divulgação

De acordo com a página do FUMDHAM, a entidade civil sem fins lucrativos precisa de, pelo menos, R$ 150 mil mensais para cobrir as despesas fixas, como o funcionamento dos acessos aos visitantes, rondas de combate à caça e segurança do museu a céu aberto. Há anos, a arqueóloga vem denunciando o descaso do poder público com o parque que, por falta de recursos, têm enfrentado problemas para continuar os trabalhos e manter o quadro de funcionários contratados.

Ao O Dia, a arqueóloga informou que dos 110 funcionários que trabalhavam no parque, apenas sete continuam prestando serviços no local. "Já faz tempo que não temos podido mais trabalhar no parque por falta de recursos", disse Niéde Guidon. Para piorar a situação, este ano, com a pandemia do novo coronavírus, os Museus da Natureza e do Homem Americano tiveram que permanecer fechados ao público por meses.

Com a concessão do Parque Nacional da Serra da Capivara à iniciativa privada, a presidente emérita do FUMDHAM acredita que, não podendo cuidar do parque como antes, por falta de recursos, talvez a privatização traga novas possibilidades. 

“Desenvolvendo o turismo, fazendo o aeroporto local funcionar, abrindo hotéis. A FUMDHAM continuará com as pesquisas, mas é muito melhor que uma empresa comercial se ocupe do parque”, destacou ao O Dia.

O Programa de Parceiras de Investimentos (PPI) autorizado pelo Governo Federal prevê que o concessionário irá ser responsável pela segurança e manutenção do parque, incluindo a contratação da brigada de incêndio, além da execução de investimentos obrigatórios, como serviços de hospedagem, manutenção de trilhas e outros atrativos que atraiam visitantes e beneficiem, a curto prazo, a população do seu entorno.

Por: Nathalia Amaral
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